Bruce Lee

Bruce Lee
The Game of Death - JKD

domingo, 7 de dezembro de 2014

TAKY KIMURA, O FIEL GUARDIÃO DO LEGADO DE BRUCE LEE


Mesmo após 41 anos após a morte de Bruce Lee, seu nome ainda gera muita polêmica, discussões, debates e estudos sobre sua controvertida personalidade. Mas se você tem alguma dúvida sobre quem realmente foi o verdadeiro Bruce Lee, basta recorrer à opinião de um homem com inquestionável caráter, um norte-americano de descendência japonesa que atende pelo nome de Taky Kimura. Ele foi um dos primeiros a apoiar Bruce Lee em seus projetos ambiciosos sobre artes marciais  assim que ele (Bruce) pisou em  solo norte-americano aos 19 anos de idade. Kimura está atualmente com 90 anos e um homem com tamanha longevidade, não permanece fiel à memória de alguém que se foi há mais de 40 anos se essa pessoa realmente não merecer tal dedicação e ter sido tão importante em sua vida. Assim presto através deste pequeno texto uma homenagem a este homem dedicado e perseverante que ainda está entre nós e que nos oferece um belo exemplo de fidelidade a uma amizade, um sentimento que hoje em dia está cada vez mais raro e desvalorizado.


Taky Kimura – Nascido em 1924 é considerado um dos dois alunos mais antigos de Bruce Lee, o outro seria Jesse Glover (falecido recentemente). Kimura foi realmente um dos amigos mais próximos de Bruce Lee desde o início da década de 1960 e um dos únicos a receber um certificado de instrutor do Instituto Jun Fan Gung Fu (que hoje tratam como Jeet Kune Do) diretamente de Lee. A vida de Taky Kimura não foi fácil, quando estava com 18 anos, os EUA haviam entrado na Segunda Guerra Mundial e por ser filho de Japoneses, Kimura foi confinado a um campo de concentração apesar de ser legalmente cidadão norte-americano. O confinamento impediu que Kimura concluísse sua formatura no ensino médio. Ao encerrar o conflito mundial em 1945, ele foi finalmente libertado no seguinte, mas se sentia humilhado, discriminado e não tinha mais nenhuma motivação. Sua situação em relação aos estudos era ainda mais grave porque sua família não tinha mais condições de custear sua educação universitária mesmo se ele resolvesse voltar a estudar. Mas com todas dificuldades a família abriu uma mercearia na cidade de Seattle, Washington.

Famílias nipo-americanas chegando ao campo de concentração na California

Campo de realocação de Tule Lake na California

Em Tule Lake, Kimura e família permaneceram confinados por 4 anos
As coisas começaram a mudar para Taky Kimura aos 35 anos (em 1959) quando conheceu um jovem chinês de 19 anos recém chegado de Hong Kong que se dizia chamar Bruce Lee. Kimura logo atraído pelo carisma e auto-determinação do jovem Bruce Lee se juntou a ele na primeira versão do Instituto Jun Fan Gung Fu (ou Instituto de Kung Fu Lee Jun Fan – nome chinês de Bruce Lee). A escola lecionava o “estilo interno” do sul da China conhecido como Wing Chun, que essencialmente tinha 70 % de técnicas com as mãos e 30% com os pés, sendo que os poucos golpes de pés eram da altura da cintura para baixo. Mas isso foi se modificando aos poucos à medida que Bruce Lee se relacionava com lutadores de outros estilos dentro e fora da comunidade chinesa de Seattle, levando-o a incorporar técnicas de outros estilos de kung fu e passando a utilizar também os chutes altos mais vistosos, mas isso é assunto para outro artigo.

Taky Kimura e o jovem Bruce Lee em meados da década de 1960
Taky Kimura viu no jovem Bruce Lee uma segunda chance em sua vida, assim passou a ser seu assistente direto e amigo íntimo. Kimura cedeu o porão da mercearia do família para ser a primeira sede do Instituto Jun Fan Gung Fu e entregou-se totalmente aos ensinamentos técnicos e filosóficos do jovem Bruce Lee que lhe valeram por toda vida, fazendo com que recuperasse a auto-estima e tivesse um objetivo em sua vida.


Taky Kimura praticando técnicas Wing Chun Kung Fu  com Bruce Lee
Kimura participou de diversas demonstrações de Bruce Lee no início da década de 1960 por algumas cidades da costa da California como San Francisco, Oakland, Los Angeles e principalmente em  Long Beach, onde fez sparring com Lee e foi demonstrado o famoso soco de uma polegada.

Taky Kimura faz sparring com Bruce Lee no torneio de Long Beach, na California
Taky Kimura foi padrinho no casamento de Bruce Lee e Linda Emery em  1965 e foi também um dos três únicos a receber o certificado de instrutor qualificado de Jun Fan Gung Fu, os outros dois foram James Yimm Lee e Dan Inosanto. Kimura teria sido autorizado a ensinar o Jun Fan Gung Fu sob o lema de “manter os números baixos e a qualidade alta.” Até hoje, a única pessoa que recebeu um certificado de instrução de Taky Kimura foi seu filho Andy Kimura, que atualmente está à frente nas instruções técnicas da escola Jun Fan Gung Fu de Seattle auxiliado por Abe Santos. Taky Kimura teve a honrosa incumbência, ainda que dolorosa, de carregar o caixão de Bruce Lee no funeral em Seattle em julho de 1973. Os outros foram Dan Inosanto, Steve McQueen, James Coburn, Ray Chin e Robert Lee, irmão de Bruce.

Taky Kimura e seu filho Andrew (Andy) Kimura
Bruce Lee tinha projetos para Kimura no cinema, que era uma forma de mostrar sua gratidão ao velho parceiro de tantos anos. Bruce já estava morando em Hong Kong e já era famoso em toda a Ásia quando telefonou para Kimura em Seattle confirmando sua participação no seu próximo filme que seria “The Game of Death” (O Jogo da Morte) depois de ter feito “The Way of the Dragon” (O Vôo do Dragão) em 1972. Kimura ficou relutante com o convite se dizendo desajeitado demais para participar de um filme, mas Bruce não lhe deu ouvidos, exigiu sua participação e prometeu lhe enviou as passagens. Kimura iria representar o guardião do segundo andar do templo no filme o Jogo da Morte (no projeto original). Ele seria mestre do estilo Louva-a-Deus (Praying Mantis). As cenas chegaram a ser filmadas, mas não foram localizadas e assim não foram usadas na versão de “The Game of Death” de 1978, ou no documentário de John Little, “A Warrior’s Journey” de 1999.


Taky Kimura recuperou sua dignidade ao conhecer e treinar com Bruce Lee
Mas Taky Kimura aparece em diversos outros documentários sobre Bruce Lee, como em “How Bruce Lee Changed the World” de 2009; “Bruce Lee in G. O. D.” De 2000; “The Path of the Dragon” de 1998; “The Life of Bruce Lee” de 1994; “The Curse of the Dragon” de 1993; e “Bruce Lee The Legend” de 1977.

Taky Kimura com seu filho Andy e neto, durante sua formatura em 2009
Finalmente em 2009, aos 85 aos de idade, Taky Kimura recebeu o diploma de conclusão do Ensino Médio na Clallam Bay High School, em Clallam Bay, Washington. Na cerimônia Kimura se lembrou que em junho de 1942, ele havia recebido uma bolsa de estudos para cursar medicina na Washington State University e de repente, no mesmo dia, ele, sua família e mais algumas pessoas foram postos em um vagão de um trem antigo e foram transportados  para o Campo de Internamento de Tule Lake, destinados aos nipo-americanos da California, próximo da fronteira com o estado de Oregon. Tule Lake foi o maior dos dez campos de realocação de guerra autorizado por uma ordem executiva do governo norte-americano, emitida em 19 de fevereiro de 1942, para deter pessoas de descendência japonesa em resposta ao ataque japonês de Pearl Harbour em 7 de dezembro de 1941. Tule Lake foi aberto em 26 de maio de 1942, chegou a confinar 18.700 pessoas e foi desativada em 28 de março de 1946. A família Kimura ficou detida por quatro anos e quando saíram não eram mais do que “sem teto” sem saber o que fazer ou para onde ir. Segundo o próprio Taky Kimura disse: “Ninguém nos daria um emprego ou alugaria um lugar para nós.” Ele e sua família foram para Seattle tentar a sorte onde finalmente abriram uma mercearia onde cujo porão se tornaria a primeira sede do Instituto Jun Fan de Kung Fu.

Taky Kimura com Bruce Lee e discípulos do Jun Fan Gung Fu
Taky Kimura estava psicologicamente e mentalmente quebrado quando conheceu Bruce Lee casualmente no campo de Beisebol da Universidade de Washington, ele tinha 36 anos e Bruce apenas 18 anos. Como observou Kimura: “Eu estava com a idade para ser seu pai, mas foi ele que se tornou uma espécie de pai substituto para mim. Quando comecei a aprender com ele, me olhei no espelho e passei a acreditar que eu também era um ser humano, então reconstruí todo o meu pensamento.”

Reunião de antigos parceiros do Jun Fan Gung Fu, Taky Kimura ao lado de Ted Wong (falecido),
Shannon Lee e Linda Lee Cadwell. Na fila de trás, Jesse Glover (falecido, de boné e óculos) e mais acima no centro Richard Bustillo e outros...
Há um consenso que dentre todas as pessoas que se relacionaram com Bruce Lee, Taky Kimura é considerado a melhor de todas elas. Não porque era o melhor artista marcial, mas porque além de ser o mais antigo aluno e parceiro, foi realmente amigo de Bruce Lee e porque tinha (e tem) um excelente caráter. Desde 1964 Kimura assumiu seu papel de instrutor de Jun Fan Gung Fu (hoje, considerado Jeet Kune Do) em Seattle, permanecendo fiel ao seu trabalho até hoje com a assistência do seu filho Andy Kimura. Taky Kimura jamais aceitou receber alguma compensação por seu trabalho em nome de Bruce Lee e fielmente permaneceu zelador, para não dizer guardião, da sepultura de Bruce Lee por 30 anos e, é claro, cuidou também do túmulo de Brandon Lee desde 1993.


Foto à esquerda: Taky Kimura na frente à direita, Steve McQueen (terceiro à direita),
James Coburn (à esquerda do lado de McQueen) e pode se ver Jim Kelly ao fundo. Foto à direita: Taky Kimura, no detalhe.

Taky Kimura zeloso com os túmulos de Bruce e Brandon por mais de 30 anos
ao lado do discípulo Abe Santos
Em uma das várias cartas dirigidas ao amigo Taky Kimura por Bruce Lee na época em que era bastante assediado devido à sua fama crescente em Hong Kong e em toda Ásia, Bruce Lee declarava: “Você é o único em que posso confiar, você é o meu melhor amigo.”
Taky Kimura é um homem respeitado no círculo de admiradores e seguidores de Bruce, e ele é considerado um exemplo vivo de impacto positivo do que a filosofia de Bruce Lee produziu na vida das pessoas que o acompanharam ainda em vida ou após sua morte.


Taky Kimura quer saber: "Do You Know Bruce Lee?"

Por Eumário J. Teixeira. 

26 comentários:

  1. Não sabia sobre esta história, tornei-me mais apreciador de Mestre Bruce.

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  2. A família de Taky Kimura está precisando de ajuda!
    https://www.gofundme.com/5amtp89s

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  3. Olá amigo anônimo,

    Obrigado pela informação. É lamentável saber que o mestre Taky Kimura está nessa situação. Desconhecia que ele já sofria com Alzeimer há 10 anos e que agora sua saúde está ainda mais comprometida com problemas cardíacos e diabéticos, sem citar os problemas financeiros em decorrência das despesas médicas e hospitalares que se tornaram astronômicas. A família de Kimura agradece a todos pelas mensagens de conforto e orações. Na página de facebook de Taky Andrew Kimura deve ter mais informações sobre como fazer doações voluntárias e atualizações sobre eventos solidários em prol da recuperação e sustentação da dignidade do legendário melhor amigo de Bruce Lee. Vou pesquisar.

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  4. É muito gratificante quando agente pensa que o ser humano não está totalmente destruído. E que neste planeta ainda existe ser humanos de verdade. Como dizia Bruce Você pode ter milhares de amigos.Mais poucos são íntimos". E costume sempre dizer saber cultivar uma verdadeira amizade.É eternamente e para sempre ser lembrado.

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  5. Com certeza Erinaldo. Uma verdadeira amizade é rara e deve ser conservada como um raro tesouro. Bruce Lee no auge da fama era cercado por muitos conhecidos, admiradores, oportunistas, mas amizade verdadeira era rara, mesmo para ele. Mas ele tinha com quem contar nas dificuldades, e um destes era Taky Kimura, que lhe era muito grato.

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  6. Passei a gostar mais do Bruce, e conhecer sua história pelo ''The legend of Bruce Lee'' eu recomendo! Assim conheceram sua história e passaram a gostar!

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    1. Estou assistindo, um pouco mais da metade. A história é realmente fascinante.
      Sandro

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  7. Bruce Lee é o melhor lutador da história que já vi com certeza.

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  8. Adoro a história de Bruce! Autêntico, perseverante, arrogantemente a todos mas os amigos íntimos os conheciam, descanse em paz Bruce e Kimura, sinto muito mas sabemos que cada um de nós temos nossos dias escritos, não viemos a este mundo para sementes o Sr. É um exemplo de vida, abraço e fica com Deus .

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    1. Obrigado pelo comentário Humberthe. Numa próxima postagem comentarei sobre a famosa e polêmica luta entre Lee e Wong Jack Man que gerou um filme para 2017, The Birth of the Dragon.

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  9. Ola seu blog é muito interessante e muito bom pra quem é fã de Bruce. A serie Bruce Lee a lenda mostrava kimura como um faixa preta de karatê com dojo e que perdeu uma luta pro Bruce e depois vendeu pra ajuda lo e tal. Imagino que isso seja fantasioso ne!? O que ha de verdade nisso?? E também ouvi dizer que Bruce teve um contato com o lendário Sensei nischiyama de karatê shotokan e teria aprendido as técnicas de nunchaco com o mestre fumio demura. Isso não foi da serie , mas coisas que li por ai. Se souber algo sobre , pode ser uma boa postagem hehe. Um abraço

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  10. Olá amigo desconhecido. Obrigado pelos elogios. Realmente, Bruce Lee In Focus é dedicado àqueles que são realmente fãs de Bruce Lee e não têm preguiça de ler (he he he).
    A origem de Taky Kimura e suas habilidades marciais estão descritas nesta mesma postagem sobre ele (http://bruceleeinfocus.blogspot.com.br/2014/12/taky-kimura-o-fiel-guardiao-do-legado.html).
    A série sobre Lee, como você disse, é muito fantasiosa e foge consideravelmente da realidade. Bruce Lee teria assistido uma demonstração do jovem sensei Hidetaka Nishiyama em meados dos anos de 1960 e teria ficado impressionado com sua técnica e conhecimentos gerais sobre artes marciais japonesas e anatomia humana. Nishiyama era um estudioso e defensor do Karate tradicional, não esportivo. Dizem que depois do que viu, Bruce começou a reformular sua opinião radical contra as artes marciais não chinesas.
    Você pode conferir na postagem sobre Dan Inosanto, neste blog (http://bruceleeinfocus.blogspot.com.br/2015/10/dan-inosanto-o-discipulo-mais-famoso-de.html) pois, na verdade, foi ele quem introduziu Bruce Lee na prática do Nunchaku.
    Bruce teria utilizado esses bastões pela primeira vez em filmagens em um episódio de O Besouro Verde, assim que se sentiu seguro no seu manejo. Precisamente no episódio 11, de novembro de 1966, intitulado The Hunters and the Hunted (Um dia da Caça, outro do Caçador).
    Sei que o mestre karateca Fumio Demura veio para os EUA em 1965, e era tão jovem quanto Bruce Lee. Desconheço registros oficiais sobre um encontro entre os dois. Obrigado pelo comentário e, por favor, continue participando.

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  11. Muito bom cara esse artigo sobre Kimura estou assistindo A LENDA BRUCE LEE fui pesquisar e achei muito tá de parabéns 👏👏

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  12. Obrigado Rubens.Fico satisfeito por ter gostado do post sobre Taky Kimura, este senhor merece todo o nosso respeito. Peço-lhe que divulgue o blog entre seus amigos que também são fãs de Bruce Lee. Até mais.

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  13. Estou assistindo Bruce Lee a lenda eles deveriam terem feito mais ou menos parecido com esse documentário, esse documentário e muito show parabéns

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    1. Obrigado pelo comentário e incentivo, Tarcísio. Fique atento que logo virá outro post interessante.

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    2. Verdade Eumario. É sempre bom pesquisar pra sabermos melhor a história de um homem como foi o Bruce Lee e seu melhor amigo o Kimura.

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    3. Concordo. Obrigado pelo comentário, amigo.

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  14. Filme muito bom mesmo.
    Estou terminando de assistir já pela segunda vez. Bom saber como viveu um homem que sempre lutou por seus propósitos.
    Admiro também o seu grande fiel e melhor amigo que foi o Kimura.

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  15. Meu Deus tantos anos se passaram e ainda vibro ao ver comentarios e filmes sobre esse ídolo Bruce Lee. Eu tinha 6 anos ou sete qdo meu pai assistia aos filmes dele. E eu ficava encantada com os gestos da luta

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  16. Descanse em paz Sifu Taky Kimura 🙏💔✨✋😭🌹

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  17. Já ouvia falar de Bruce lee na minha adolescência, vendo os meninos na época, imitando e querendo ser o mestre. �� Eu achava muito engraçado, mas não apreciava muito porque tinha as artes marciais não como arte, mas sim como violência. E hoje, aos 44 de idade, me vi por acaso assistindo Bruce lee a lenda, e confesso que minha opinião agora sobre artes marciais é outra! Fico impressionada com a genialidade de Bruce. Pena que morreu tão jovem. E a história da amizade de Kimura é sem dúvidas um grande exemplo que infelizmente é raro nós dias de hoje.

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  18. Sou fã e sempre serei desse grande mestre brucelee

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  19. Akemi Bruce Lee Tao Forever29 de janeiro de 2022 às 06:14

    Chorei muito com seu texto,desconhecia sobre o nikkey Taki Kimura.Ambos sofreram com a 2a.Guerra,minha família foi perseguida no Brasil em SP junto com outras familias italianas e alemãs conforme minha mãe me relatou.Tenho amigos chineses,amo sua filosofia e sabedoria que hoje na nova geração como em todos os países,está morrendo,geração Tik Tok.Alguns destes jovens chineses carregam estigmas e mágoas com relação à nós descendentes de japoneses.Eu sofri três vezes preconceitos por parte deles,dois comerciantes aqui em SP e um jovem proprietário de um restaurante JAPONÊS NA ITALIA,acreditem.Eles vendem a culinária japonesa visando lucro,mas quando perceberam que eu era descendente de japoneses,começou as indiretas e o mal tratamento.Fui insistente e mesmo assim voltei ao restaurante,falei algumas palavras em chines e os atendentes ficaram surpresos,até que quebrei o gelo com o jovem dono do restaurante,quebrei o gelo com uma boa conversa e descontraída,até ficamos amigos e o tratamento ali mudou.
    Quando vejo algum post sobre Bruce Lee,fotos e videos me emociono,meu irmão fã incondicional do grande sensei Bruce,é faixa preta de kung fu estilo shaolin,foi treinado por um mestre chinês.As escolas por ai ensinam o kung fu comercial,meu irmão foi mais profundo...filosofia chinesa do taoismo,meditação,muito treino a exaustação e muitas regras com alimentação e principalmente com a mente e o espírito,o gesto que o Bruce faz com as mãos antes do ataque,é a invocação da energia Ying e Yang e cada animal no seu estilo de luta é reverenciado.Ele era o próprio Bruce Lee encarnado,tanto na aparência como no estilo de luta,infelizmente sofreu problemas de origem psicológica e hoje não luta mais,o que me dói muito,porque cresci vendo ele dando aulas e sempre praticando kung fu...a filosofia Bruce Lee é reconstrutora e profunda,não se pode ser ateu ao praticar o kung fu,porque a força que o ser humano exerce nos estilos é anormal,nem Freud,Einstein,Descartes,Newton podem explicar.
    Ele me ensinou o básico,mas só o aperto que ele dava em uns pontos do iching fazia eu cair de dor no chão,ou seja,Bruce Lee dizia seja como água...derrotar o inimigo sem se machucar,sem ter esforço algum,ser como água exige muita disciplina e treino exaustivo,nenhum membro do corpo pode ser um rígido para não se tornar um ponto fraco seu,por isso os treinos incansáveis no boneco de madeira e tantos outros,é mais do que malabarismo como ouvi alguns dizer,a força que exerce com os dedos e a mãos é anormal,elevação do espirito e mente.
    Hoje aplico a filosofia Bruce Lee no meu trabalho,o Sun Tzu também.A mulher forte que aqui escreve,foi lapidada pelas adversidades da vida,mas principalmente pela fé e crença na força incomum que há no Universo,o Ying e Yang em constante equilibrio...desistir jamais!Lindo o texto escrito e linda história,perdão e reconciliação,a união dos povos,antes adversários,agora amigos,o sonho de todo nós diplomatas em negociações bilaterais.O grande problema não são os civis,mas os governantes pela sede de poder,dinheiro e egoismo,disseminam o ódio e a destruição.
    Bruce Lee,Kimura,Taoismo per sempre!Abbraccio a tutti,amo il Brasile!!!Grazie infinita

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    1. Obrigado pelas sábias palavras, Akemi (se esse for o seu nome). Esse mundo é deveras complexo, erros de gerações passadas ainda repercutem negativamente nas nossas vidas atuais e assim sempre será. Poucos neste mundo louco têm uma visão clara do sistema manipulador e gerador de ódio entre as múltiplas raças e etnias que compõem a humanidade, mas sempre fomos dirigidos por um classe governante do alto topo da pirâmide que consegue nos controlar através das divisões políticas, filosóficas, culturais, cor de pele, status social, etc. Raras pessoas como Bruce Lee ou como você têm ou tiveram esse espírito universal e agregador independentemente da origem, raça ou cor do indivíduo. A consciência da realidade e da verdade que move o mecanismo perverso na Terra é para poucos, infelizmente. Abraço.

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