Bruce Lee

Bruce Lee
The Game of Death - JKD

domingo, 7 de dezembro de 2014

TAKY KIMURA, O FIEL GUARDIÃO DO LEGADO DE BRUCE LEE


Mesmo após 41 anos após a morte de Bruce Lee, seu nome ainda gera muita polêmica, discussões, debates e estudos sobre sua controvertida personalidade. Mas se você tem alguma dúvida sobre quem realmente foi o verdadeiro Bruce Lee, basta recorrer à opinião de um homem com inquestionável caráter, um norte-americano de descendência japonesa que atende pelo nome de Taky Kimura. Ele foi um dos primeiros a apoiar Bruce Lee em seus projetos ambiciosos sobre artes marciais  assim que ele (Bruce) pisou em  solo norte-americano aos 19 anos de idade. Kimura está atualmente com 90 anos e um homem com tamanha longevidade, não permanece fiel à memória de alguém que se foi há mais de 40 anos se essa pessoa realmente não merecer tal dedicação e ter sido tão importante em sua vida. Assim presto através deste pequeno texto uma homenagem a este homem dedicado e perseverante que ainda está entre nós e que nos oferece um belo exemplo de fidelidade a uma amizade, um sentimento que hoje em dia está cada vez mais raro e desvalorizado.


Taky Kimura – Nascido em 1924 é considerado um dos dois alunos mais antigos de Bruce Lee, o outro seria Jesse Glover (falecido recentemente). Kimura foi realmente um dos amigos mais próximos de Bruce Lee desde o início da década de 1960 e um dos únicos a receber um certificado de instrutor do Instituto Jun Fan Gung Fu (que hoje tratam como Jeet Kune Do) diretamente de Lee. A vida de Taky Kimura não foi fácil, quando estava com 18 anos, os EUA haviam entrado na Segunda Guerra Mundial e por ser filho de Japoneses, Kimura foi confinado a um campo de concentração apesar de ser legalmente cidadão norte-americano. O confinamento impediu que Kimura concluísse sua formatura no ensino médio. Ao encerrar o conflito mundial em 1945, ele foi finalmente libertado no seguinte, mas se sentia humilhado, discriminado e não tinha mais nenhuma motivação. Sua situação em relação aos estudos era ainda mais grave porque sua família não tinha mais condições de custear sua educação universitária mesmo se ele resolvesse voltar a estudar. Mas com todas dificuldades a família abriu uma mercearia na cidade de Seattle, Washington.

Famílias nipo-americanas chegando ao campo de concentração na California

Campo de realocação de Tule Lake na California

Em Tule Lake, Kimura e família permaneceram confinados por 4 anos
As coisas começaram a mudar para Taky Kimura aos 35 anos (em 1959) quando conheceu um jovem chinês de 19 anos recém chegado de Hong Kong que se dizia chamar Bruce Lee. Kimura logo atraído pelo carisma e auto-determinação do jovem Bruce Lee se juntou a ele na primeira versão do Instituto Jun Fan Gung Fu (ou Instituto de Kung Fu Lee Jun Fan – nome chinês de Bruce Lee). A escola lecionava o “estilo interno” do sul da China conhecido como Wing Chun, que essencialmente tinha 70 % de técnicas com as mãos e 30% com os pés, sendo que os poucos golpes de pés eram da altura da cintura para baixo. Mas isso foi se modificando aos poucos à medida que Bruce Lee se relacionava com lutadores de outros estilos dentro e fora da comunidade chinesa de Seattle, levando-o a incorporar técnicas de outros estilos de kung fu e passando a utilizar também os chutes altos mais vistosos, mas isso é assunto para outro artigo.

Taky Kimura e o jovem Bruce Lee em meados da década de 1960
Taky Kimura viu no jovem Bruce Lee uma segunda chance em sua vida, assim passou a ser seu assistente direto e amigo íntimo. Kimura cedeu o porão da mercearia do família para ser a primeira sede do Instituto Jun Fan Gung Fu e entregou-se totalmente aos ensinamentos técnicos e filosóficos do jovem Bruce Lee que lhe valeram por toda vida, fazendo com que recuperasse a auto-estima e tivesse um objetivo em sua vida.


Taky Kimura praticando técnicas Wing Chun Kung Fu  com Bruce Lee
Kimura participou de diversas demonstrações de Bruce Lee no início da década de 1960 por algumas cidades da costa da California como San Francisco, Oakland, Los Angeles e principalmente em  Long Beach, onde fez sparring com Lee e foi demonstrado o famoso soco de uma polegada.

Taky Kimura faz sparring com Bruce Lee no torneio de Long Beach, na California
Taky Kimura foi padrinho no casamento de Bruce Lee e Linda Emery em  1965 e foi também um dos três únicos a receber o certificado de instrutor qualificado de Jun Fan Gung Fu, os outros dois foram James Yimm Lee e Dan Inosanto. Kimura teria sido autorizado a ensinar o Jun Fan Gung Fu sob o lema de “manter os números baixos e a qualidade alta.” Até hoje, a única pessoa que recebeu um certificado de instrução de Taky Kimura foi seu filho Andy Kimura, que atualmente está à frente nas instruções técnicas da escola Jun Fan Gung Fu de Seattle auxiliado por Abe Santos. Taky Kimura teve a honrosa incumbência, ainda que dolorosa, de carregar o caixão de Bruce Lee no funeral em Seattle em julho de 1973. Os outros foram Dan Inosanto, Steve McQueen, James Coburn, Ray Chin e Robert Lee, irmão de Bruce.

Taky Kimura e seu filho Andrew (Andy) Kimura
Bruce Lee tinha projetos para Kimura no cinema, que era uma forma de mostrar sua gratidão ao velho parceiro de tantos anos. Bruce já estava morando em Hong Kong e já era famoso em toda a Ásia quando telefonou para Kimura em Seattle confirmando sua participação no seu próximo filme que seria “The Game of Death” (O Jogo da Morte) depois de ter feito “The Way of the Dragon” (O Vôo do Dragão) em 1972. Kimura ficou relutante com o convite se dizendo desajeitado demais para participar de um filme, mas Bruce não lhe deu ouvidos, exigiu sua participação e prometeu lhe enviou as passagens. Kimura iria representar o guardião do segundo andar do templo no filme o Jogo da Morte (no projeto original). Ele seria mestre do estilo Louva-a-Deus (Praying Mantis). As cenas chegaram a ser filmadas, mas não foram localizadas e assim não foram usadas na versão de “The Game of Death” de 1978, ou no documentário de John Little, “A Warrior’s Journey” de 1999.


Taky Kimura recuperou sua dignidade ao conhecer e treinar com Bruce Lee
Mas Taky Kimura aparece em diversos outros documentários sobre Bruce Lee, como em “How Bruce Lee Changed the World” de 2009; “Bruce Lee in G. O. D.” De 2000; “The Path of the Dragon” de 1998; “The Life of Bruce Lee” de 1994; “The Curse of the Dragon” de 1993; e “Bruce Lee The Legend” de 1977.

Taky Kimura com seu filho Andy e neto, durante sua formatura em 2009
Finalmente em 2009, aos 85 aos de idade, Taky Kimura recebeu o diploma de conclusão do Ensino Médio na Clallam Bay High School, em Clallam Bay, Washington. Na cerimônia Kimura se lembrou que em junho de 1942, ele havia recebido uma bolsa de estudos para cursar medicina na Washington State University e de repente, no mesmo dia, ele, sua família e mais algumas pessoas foram postos em um vagão de um trem antigo e foram transportados  para o Campo de Internamento de Tule Lake, destinados aos nipo-americanos da California, próximo da fronteira com o estado de Oregon. Tule Lake foi o maior dos dez campos de realocação de guerra autorizado por uma ordem executiva do governo norte-americano, emitida em 19 de fevereiro de 1942, para deter pessoas de descendência japonesa em resposta ao ataque japonês de Pearl Harbour em 7 de dezembro de 1941. Tule Lake foi aberto em 26 de maio de 1942, chegou a confinar 18.700 pessoas e foi desativada em 28 de março de 1946. A família Kimura ficou detida por quatro anos e quando saíram não eram mais do que “sem teto” sem saber o que fazer ou para onde ir. Segundo o próprio Taky Kimura disse: “Ninguém nos daria um emprego ou alugaria um lugar para nós.” Ele e sua família foram para Seattle tentar a sorte onde finalmente abriram uma mercearia onde cujo porão se tornaria a primeira sede do Instituto Jun Fan de Kung Fu.

Taky Kimura com Bruce Lee e discípulos do Jun Fan Gung Fu
Taky Kimura estava psicologicamente e mentalmente quebrado quando conheceu Bruce Lee casualmente no campo de Beisebol da Universidade de Washington, ele tinha 36 anos e Bruce apenas 18 anos. Como observou Kimura: “Eu estava com a idade para ser seu pai, mas foi ele que se tornou uma espécie de pai substituto para mim. Quando comecei a aprender com ele, me olhei no espelho e passei a acreditar que eu também era um ser humano, então reconstruí todo o meu pensamento.”

Reunião de antigos parceiros do Jun Fan Gung Fu, Taky Kimura ao lado de Ted Wong (falecido),
Shannon Lee e Linda Lee Cadwell. Na fila de trás, Jesse Glover (falecido, de boné e óculos) e mais acima no centro Richard Bustillo e outros...
Há um consenso que dentre todas as pessoas que se relacionaram com Bruce Lee, Taky Kimura é considerado a melhor de todas elas. Não porque era o melhor artista marcial, mas porque além de ser o mais antigo aluno e parceiro, foi realmente amigo de Bruce Lee e porque tinha (e tem) um excelente caráter. Desde 1964 Kimura assumiu seu papel de instrutor de Jun Fan Gung Fu (hoje, considerado Jeet Kune Do) em Seattle, permanecendo fiel ao seu trabalho até hoje com a assistência do seu filho Andy Kimura. Taky Kimura jamais aceitou receber alguma compensação por seu trabalho em nome de Bruce Lee e fielmente permaneceu zelador, para não dizer guardião, da sepultura de Bruce Lee por 30 anos e, é claro, cuidou também do túmulo de Brandon Lee desde 1993.


Foto à esquerda: Taky Kimura na frente à direita, Steve McQueen (terceiro à direita),
James Coburn (à esquerda do lado de McQueen) e pode se ver Jim Kelly ao fundo. Foto à direita: Taky Kimura, no detalhe.

Taky Kimura zeloso com os túmulos de Bruce e Brandon por mais de 30 anos
ao lado do discípulo Abe Santos
Em uma das várias cartas dirigidas ao amigo Taky Kimura por Bruce Lee na época em que era bastante assediado devido à sua fama crescente em Hong Kong e em toda Ásia, Bruce Lee declarava: “Você é o único em que posso confiar, você é o meu melhor amigo.”
Taky Kimura é um homem respeitado no círculo de admiradores e seguidores de Bruce, e ele é considerado um exemplo vivo de impacto positivo do que a filosofia de Bruce Lee produziu na vida das pessoas que o acompanharam ainda em vida ou após sua morte.


Taky Kimura quer saber: "Do You Know Bruce Lee?"

Por Eumário J. Teixeira. 

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

BRUCE LEE E OS MONUMENTOS EM SUA MEMÓRIA


Por ocasião da celebração dos 40 anos da passagem de Bruce Lee em 2013, é interessante lembrar que foram erguidos alguns monumentos (estátuas de bronze, figuras de cêra e museus) em homenagem ao “Pequeno Dragão” desde 2005. O destaque fica para as estátuas de diversos tamanhos e em locais mais inusitados pelo mundo foram exibidas para o delírio dos fãs mais exaltados. Listo a seguir tais monumentos, com alguma informação sobre os mesmos.


01 – Estátua de Bruce Lee na Star Avenue, em Hong Kong – Esse monumento foi erguido em 27 de novembro de 2005 para comemoração dos exatos 65 anos de Bruce Lee, nascido em 1940. O fã-clube de Bruce Lee de Hong Kong arrecadou 100.000 dólares para a realização da estátua de bronze com 2,5 metros de altura e pesando 600 kg, além de exigirem do governo chinês que honrassem o seu legado, apesar das autoridades locais temerem que um possível culto ao cidadão “norte-americano” Bruce Lee e sua filosofia libertária pudessem influenciar negativamente os jovens em relação às políticas sociais e ideológicas cada vez mais abrangentes do governo comunista em Hong Kong. 

A bela estátua de Bruce Lee e o centro de Hong Kong iluminado ao fundo

O escultor Cao Chong-en em ação

Cao Chong-en recebe a visita e aprovação de Robert Lee, irmão de Bruce
O local escolhido para se colocar a estátua foi ao longo da Star Avenue na área urbana próxima ao porto em Tsim Sha Tsui, ao Sul de Kowloon. A figura esculpida pelo escultor chinês Cao Chong-en, está em posição de combate como nas poses típicas de Lee  vistas em Fists of Fury (A Fúria do Dragão de 1972). A estátua foi inaugurada por Robert Lee, irmão de Bruce na data de aniversário do Pequeno Dragão. O monumento se tornou uma atração turística concorrida de Hong Kong, valorizado ainda pela linda vista panorâmica do centro de Hong Kong ao fundo. É comum os fãs depositarem flores, filmarem, tirarem fotos e fazerem homenagens junto ao monumento e não fiquem surpresos se depararem com Phoebe ou Robert Lee (dois dos quatro irmãos de Bruce), por lá.

A colossal estátua de Bruce Lee em Jun-an
02 – Estátua de Bruce Lee em Foshan, na China Esse monumento de bronze é uma réplica da estátua de Hong kong, salvo por seu tamanho gigante de 18,8 metros. O artista responsável pela obra é um dos maiores escultores chineses, Cao Chong-en, criador também do monumento de Bruce Lee em Hong Kong. A gigantesca estátua foi fixada no Bruce Lee Paradise Park, na cidade Jun-an, em Foshan, na província de Guangdong (Sul da China). O parque temático de artes marciais é cercado por mais de 20 colinas de vegetação verde florescente. Além da belíssima região em torno do parque com suas  montanhas, lagos cristalinos e vegetação abundante favoráreis para a propagação e crescimento da vida animal, os visitantes ainda dispõem de um museu comemorativo sobre Bruce Lee, uma galeria com outras obras de Cao Chong-en, uma fazenda ecológica,  entre outras atrações interessantes. 

Exibições de artes marciais e muito mais no parque temático em Foshan

Bruce Lee, um gigante chinês até para os comunistas
A estátua de Bruce Lee teve um custo de 2 milhões de Yuans e precisou de dois anos para ficar pronta. Na base da obra gigante há uma placa com o título imponente de “Rei do Kung Fu”, mais informações sobre a vida de Bruce Lee e uma lista com os nomes dos que contribuíram diretamente para a edificação do incrível monumento. Ao que parece, o governo comunista chinês se rendeu ao apelo publicitário de uma figura mundial de origem chinesa (mas de nacionalidade norte-americana) para tentar atrair turistas para o país que se abre cada vez mais ao mundo ocidental, se valendo de uma estratégia de marketing típicamente capitalista e oportunista. E pensar que pouco tempo atrás somente o “deus” Mao Tsé-Tung poderia ser cultuado por lá.


03 – Estátua de Bruce Lee em Mostar, na Bósnia e Hezergovina – Esse monumento dourado foi inaugurado no dia 26 de novembro de 2005, com a presença de representantes do governo alemão (que patrocinou a obra) e autoridades chinesas. A obra de 1,68 metros (poderia ser o tamanho natural de Bruce Lee que media entre 1,68 e 1,72 m) foi realizada pelo escultor croata Ivan Fijolic. A estátua do “Pequeno Dragão” que mostra Lee numa de suas poses típicas com um nunchaku, como em The Way of The Dragon (O Vôo do Dragão de 1972), tornou-se um símbolo da solidariedade na cidade etnicamente separada desde a guerra nos anos de 1990, que dividiu a Iugoslávia socialista em três países distintos. A estátua concebida por Fijolic foi a primeira a ser exibida no mundo, pois a de Hong Kong só seria revelada um dia após, ou seja, na data exata do 65º aniversário de Bruce Lee, em 27 de setembro de 2005. 

Inauguração da estátua dourada de Bruce Lee em Mostar

Bruce Lee apaziguando as etnias rivais
O projeto foi desenvolvido pelo Movimento Urbano dos Jovens de Mostar que viram na estátua uma possibilidade de aproximar as etnias em conflito em torno da figura de massa do herói mítico do Kung Fu que simbolizaria o fim das divisões, culturais, étnicas e raciais, já que o próprio Bruce era filho de pai chinês e mãe eurasiana ( asiática e européia);  foi educado em um colégio britânico em Hong Kong; e exerceu sua cidadania norte-americana quando adulto. E é sabido que ele não fazia distinções de cor em seu grupo de treinamento de Jeet Kune Do nos EUA, pois agregava negros, brancos, amarelos, (chineses, coreanos, japoneses ou filipinos) e latinos sem distinção alguma. Mostar é ainda uma cidade dividida,com a população bósnia muçulmana habitando o lado leste do rio Neretva, enquanto a margem ocidental permanece quase que exclusivamente croata. No entanto, a imagem de Bruce Lee e a memória de seus feitos e filosofia de vida é ainda uma das raras coisas que unem os dois povos. A estátua de dourada foi inicialmente instalada no Zrinjski City Park, no lado ocidental da cidade de Mostar. Mas como dias após chegou a ser vandalizada, foi retirada para um lugar mais seguro. Em seguida, surgiu em Zagreb, participando de um festival de artes. Em 2013, na véspera da celebração dos 40 anos da morte de Bruce Lee, ela voltou ao seu lugar de origem.


04 – Estátua de Bruce Lee na Chinatown de Los Angeles - A estátua de bronze com aproximadamente 2,5 metros de altura, feita por um escultor da província de Guangdong, na China, é a primeira e única de Bruce Lee existente nos Estados Unidos. O artista responsável provavelmente seria o mesmo que esculpiu a estátua de Hong Kong e a gigantesca obra fixada em Jun-an na China. Essa estátua, no entanto, lembra a de Mostar, na Bósnia e Hezegorvina, pela pose típica de Bruce Lee segurando um nunchaku com a mão direita e com o braço esquerdo estendido à frente em posição de guarda. Inicialmente a obra foi instalada provisoriamente em frente ao Central Plaza, no bairro chinês de Los Angeles, em 15 de junho de 2013. Mas ela não foi fixada permanentemente por falta de recursos (150 mil dólares) necessários para instalá-la de forma definitiva num pedestal de concreto e mais alguma obra de acesso ao seu redor. 

Estátua de Bruce Lee na Chinatown de Los Angeles

Los Angeles, na California, foi crucial para o desenvolvimento do mito Bruce Lee
A estátua veio para os EUA desde o final de 2009 e poderia ter sido instalada em 2010 no Centro de Recreação Alpine em Chinatown. A tentativa falhou devido a um desacordo no financiamento para a fixação da obra que ficou guardada em um depósito até 2013, quando foi exposta em 15 de junho e posteriormente em 20 de julho por ocasião dos 40 anos da morte do ícone das artes marciais e do Chinatown Summer Nights Festival que terminou em agosto. Bruce Lee ao exercer sua cidadania americana, morou em Seattle, no estado de Washington onde abriu, em 1963, seu primeiro local de treinamento chamado Instituto Jun Fan Gung Fu (onde ensinava Wing Chun Kung Fu) e tendo Jesse Glover e Taky Kimura como dois de seus primeiros alunos e parceiros; mudou-se para Oakland  (em 1964) onde abriu o segundo Instituto Jun Fan Gung Fu (e começou a desenvolver os conceitos de um estilo próprio - com base no Wing Chun mas com adaptações de outros estilos de Kung Fu - que ainda denominava Jung Fan Gung Fu) onde fez uma parceira importante com James Yimm Lee que lhe cedeu a propria casa e lhe auxiliava no comando da academia; e finalmente para Los Angeles, em 1967, onde reabre o instituto pela terceira vez, tendo Dan Inosanto como seu auxiliar e amigo. Na verdade era uma academia restrita já ensinando os conceitos revolucionários do Jeet Kune Do (com técnicas de boxe, esgrima, savate, kung fu, judô, etc.), onde Lee também dava aulas particulares a alguns artistas de Hollywood como James Coburn, Steve McQueen, James Garner e o roteirista Stirling Silliphant. A Chinatown de Los Angeles foi mais importante para a ascensão profissional de Lee como ator e artista marcial, daí a importância de um monumento em sua homenagem no bairro chinês. Os fãs esperam que a quantia suficiente ainda possa ser arrecadada por meio de doações para que finalmente o monumento ao Rei do Kung Fu possa ser fixado e exibido com segurança no bairro chinês de Los Angeles.


05 – Estátuas de Bruce Lee em Shangai, na China – Essas 150 estátuas vermelhas de cerâmica removíveis, trazem imagens de Bruce Lee aplicando o chute lateral na altura da cabeça, sendo que em cada pé suspenso está equilibrada uma réplica de um edifício famoso de várias partes do mundo, como  “O Ninho do Pássaro” ou Estádio Nacional de Pequim; o Arco do Triunfo, de Paris; o Opera House, de Sidney, na Austrália; a Guggenheim Art Galery, de Manhattan; o Museu Britânico de Londres; o Burj Hotel, de Dubai; o atual prédio do World Trade Center, de Nova York, pós 11/09, entre outros. Para os que não entenderam a idéia da exposição, o artista responsável pelas esculturas afirma que Bruce Lee não está chutando os mini-monumentos, mas apenas sustentando-os. As figuras foram exibidas em agosto de 2010 no World Expo Park, de Shangai, no leste da China.  A exposição foi denominada “1506 Anos da Cidade Criativa”, fez parte da exposição do Pavilion of Future na Urban Best Practices Area combinando o kung fu com elementos de cerâmica. A idéia foi do artista chinês Shu Yong, vencedor do prêmio de carreira na Bienal de Florença em 2007. Suas exposições geralmente combinam esculturas com vídeo e performance artística. 

Bruce Lee e suas oito pernas mágicas

Os principais monumentos do mundo sustentados pelas pernas de Bruce Lee
Cinquenta das estátuas de 2 metros de altura com seus mini-monumentos foram feitas de cerâmica ao modo tradicional de Foshan e, as outras cem, de aço inoxidável e cerâmica originária da cidade que é reconhecida internacionalmente como um dos principais berços da cerâmica chinesa e que já representou 1/4 de toda área produtiva de cerâmica do mundo. Foshan também é conhecida por fazer parte das vidas dos lendários mestres de Kung Fu, Wong Fei-Hung (um herói nacional), Yip Man (mestre de Bruce Lee) e o próprio Lee, que teve seu avô paterno residindo em Foshan. A idéia era associar os monumentos internacionais sustentados pelos pés da figura mítica de Bruce Lee (representando também os outros dois mestres), o Kung Fu e a história dos 1.506 anos dos primeiros fornos que originaram a famosa cerâmica de Foshan para uma integração das diversas culturas. Os chutes demonstrados pela estátuas, foram chamados de “pés sem sombras de Foshan”, pelo fato de Bruce Lee desferir seus chutes com tamanha rapidez que não se percebia nem a sombra. Além das 150 estátuas com as miniaturas dos monumentos, há uma curiosa chamada “Os Oito Chutes de Bruce Lee”, onde se mostra o mestre do Kung Fu desferindo oito dos seus famosos golpes de pé ao mesmo tempo. Dizem que a intenção de Shu Yong seria fazer 1.506 estátuas, uma para cada ano de Foshan e seus milenares fornos de cerâmica.




06 – Estátua de Bruce Lee no museu de Hong Kong -  Essa estátua de bronze de Bruce Lee foi exibida na exposição "Kung Fu, Art, Life" no Heritage Museum em Hong Kong em 20 de julho de 2013, por ocasião do 40º  aniversário da morte de Bruce Lee. O evento contou com a presença  ilustre da filha do Pequeno Dragão, Shannon Lee. 


Cenários recriados dos filmes de Lee no museu de Hong Kong


Shannon Lee, filha de Bruce, exibe as galerias de fotos e cartazes sobre Bruce no museu de Hong Kong

A obra mostra Bruce Lee aplicando o seu famoso chute lateral. O museu de Hong Kong também ofereceu aos fãs galerias com fotos e painéis ilustrando as diversas fases da vida de Bruce Lee, a partir da sua infância e adolescência em Hong Kong; para a sua passagem pelos Estados Unidos onde reconheceu sua cidadania norte-americana e se firmou como artista marcial; e sua volta para Hong Kong onde se impôs como a estrela maior dos filmes de artes marciais. Foram expostos também objetos como nunchakus, luvas, sacos de pancadas e vestimentas usados em seus filmes e treinamentos particulares, como também foram reproduzidos cenários de seus filmes, como a sala de espelhos de Enter the Dragon (Operação Dragão de 1973) e as escadarias do pagode de The Game of Death (O Jogo da Morte de 1978).


07 – Figuras de Cera no Madame Tussauds Museum de Hong Kong – A sede principal do museu (com figuras de cera) de Madame Tussaud está localizada em Londres. Existem outras filiais em diversas partes do mundo, como em Nova York, Washington D. C., Las Vegas, Hollywood, Berlim, Amsterdan, Hong Kong, Shangai, Sydney, Viena, Bangkok e Tóquio. Maria Tussaud (1761-1850) nasceu na França e aprendeu a arte de modelação de cera com Dr. Philippe Curtius e mudou-se para a Inglaterra em 1835. Suas técnicas convencionais ainda são utilizadas para criar figuras de cera com surpreendente realeza. 

Figura de cêra de Bruce Lee, em tamanho natural, no Madame Tussauds

Bruce Lee e o chute lateral em salto como em Fists of Fury (A Fúria do Dragão)
A primeira figura de cera de Bruce Lee na sua tipica posição de combate foi exposta na filial de Hong Kong em julho de 2010, com a presença de Shannon Lee. Ainda nesse ano de 2014 foi apresentada uma nova figura de Bruce Lee executando o chute lateral em salto, novamente com a presença de Shannon Lee prestigiando o evento.

Por Eumário J. Teixeira