domingo, 28 de julho de 2019

BRUCE LEE, SHARON TATE E ROMAN POLANSKI EM ERA UMA VEZ EM HOLLYWOOD



A onda do momento é o filme Era uma vez em Hollywood (Once Upon A Time In Hollywood) de Quentin Tarantino. A história gira em torno de um ator de seriado de TV da década de 1960 (Rick Dalton)  que não consegue se firmar como estrela em Hollywood e de seu dublê e fiel amigo (Cliff Booth), ambos interpretados por Leonardo DiCaprio e Brad Pitt, respectivamente. Dizem que estes personagens fictícios poderiam ser uma homenagem velada ao saudoso ator Burt Reynolds e ao seu amigo e dublê preferido, o lendário Hal Needham.

Margot Robbie, Leonardo DiCaprio e Brad Pitt são as estrelas de
 Era Uma Vez em Hollywood, de Quentin Tarantino.

O lendário  dublê Hal Needham e o astro Burt Reynolds homenageados nos
personagens de DiCaprio e Pitt?!?
O que tem a ver com Bruce Lee? Muita coisa. O ator sino-americano Mike Moh aparece na trama encarnando o jovem e ambicioso Bruce Lee que já circulava por Hollywood como professor particular de artes marciais, diretor técnico de cenas de luta e às vezes como ator convidado em séries de TV e filmes de ação. Tarantino, fã de carteirinha de Bruce Lee, também explora um capítulo doloroso  da história de Hollywood no que diz respeito ao massacre onde foram vitimados a atriz Sharon Tate (grávida de 8 meses), o  cabeleireiro Jay Sebring e amigos na casa de Roman Polanski, em Bel Air, Los Angeles, por membros da seita conhecida como Família Manson.

Mike Moh como o audacioso Bruce Lee no filme de Tarantino.

A "família" assassina que chocou os EUA em 1969.

As vítimas da seita Família Manson.
No filme de Tarantino, Bruce Lee (Mike Moh) acaba se deparando com o dublê Cliff Both (Brad Pitt) nos estúdios de filmagem e se estranham. É fato que Bruce Lee conheceu e pode ter desenvolvido alguma inimizade com algum dublê em Hollywood, já que os mesmos também tinham fama de durões e bons de briga. É sabido da mesma forma que o jovem Bruce Lee era muito cheio de si e não fugia de uma disputa. 

Bruce Lee (Mike Moh) em disputa com o dublê Cliff Booth (Brad Pitt) em
Era Uma Vez Em Hollywood.
Dentre os dublês que Bruce Lee conheceu na realidade e fez amizade, está o campeão de Judô, Jiu-Jitsu e Wrestler, Gene LeBelle; e o lendário Bennie Dobbins, que dublou o ator Van Williams na série o Besouro Verde (The Green Hornet), esse último chegou a fazer sparring com Bruce Lee, que foi registrado em fotos por Linda Palmer, em meados de 1971. Mas isso vai ser assunto para outra postagem. 
                                                                      
Nas duas fotos sobrepostas  à esquerda, Bruce Lee ataca o dublê e campeão de Judô, Gene LeBell
num episódio de O Besouro Verde; na foto à direita, Bruce Lee faz sparring com
 o dublê Bennie Dobbins, no jardim de sua casa em Bel Air, Los Angeles.
Bruce Lee no final dos anos de 1960 - O ano de 1969 seria muito turbulento na quente Califórnia e precederia momentos difíceis para a vida do Pequeno Dragão que já buscava com unhas e dentes seu espaço definitivo em Hollywood. Já que não conseguia um trabalho como protagonista no cinema ou na TV, após o cancelamento da série o Besouro Verde (The Green Hornet) em 1967, Bruce se sustentava dando aulas particulares à atores famosos como Steve McQueen e James Coburn, e diretores e roteiristas como Roman Polanski e Stirling Silliphant, respectivamente. Esporadicamente lhe era ofertado participações especiais em seriados de TV ou pequenos papéis em longas, além da direção de cenas de ação em alguns filmes.

Na seleta lista de relacionamentos de Bruce Lee, estavam o ator  Steve McQueen,
a atriz Sharon Tate e o diretor Roman Polanski.

Bruce Lee treinando o amigo e aluno,  o ator James Coburn,
no final dos anos de 1960.

Da direita para a esquerda, Bruce Lee e o roteirista Stirling Shilliphant;
Bruce lee e o ator James Garner;  o lutador  Mike Stone,
o ator James Coburn, e o ator e lutador Chuck Norris,
 ao lado do Pequeno Dragão.
Mas, voltando um pouco pouco mais de um ano, em junho de 1968, em pleno verão na California, Bruce Lee é contratado como diretor técnico para as cenas de ação no filme “The Wrecking Crew” (A Arma Secreta contra Matt Helm), uma espécie de sátira dos filmes de James Bond. 

Bruce Lee coreografando a luta entre Sharon Tate e Nancy Kwan em 1968,
para o filme "A Arma Secreta contra Matt Helm".

Bruce Lee com a atriz  Sharon Tate, ensaiando alguns golpes.

Bruce Lee tenta mostrar à Nancy Kwan como se faz...

Bruce não dirigiu as lutas de Matt Helm (Dean Martin), mas deu algumas
dicas...
Bruce teria ganho cerca de 11.000 dólares pelo trabalho. Ele coreografou as sequências de luta envolvendo os atores Dean Martin (Matt Helm), Sharon Tate (futura esposa do diretor Roman Polanski) e Nancy Kwan (atriz sino-americana). Os ensaios de luta  entre Sharon Tate e Nancy Kwan coreografados pelo Pequeno Dragão fez com que Bruce Lee e Roman Polanski fossem apresentados um ao outro através de um amigo em comum, Jay Sebring.

O cabeleireiro Jay Sebring e seus clientes famosos. Da esquerda para
a direita, Paul Newman, George Peppard e Julie Newmar (a mulher gato).

Jay Sebring teria se impressionado com Bruce Lee em demonstração no
Torneio Internacional de Long Beach, em 1964, e o indicou para o
para o papel de Kato, na série o Besouro Verde.
Apesar da orientação de Bruce Lee para a cena de luta que envolvia Sharon e Nancy, o resultado foi um desastre, perdoável pela beleza e charme das duas garotas. O ponto em comum entre Bruce, Sharon e Polanski foi Jay Sebring, o cabeleireiro oficial das estrelas de Hollywood na época, dono de uma rede bem sucedida de salões. Sebring teria assistido a famosa demonstração de Bruce Lee no Torneio Internacional de Long Beach, na Califórnia, em 1964 e o sugeriu para que ele atuasse como Kato na série o Besouro Verde. O resto é história.

O trio amoroso mais controvertido de Hollywood
 dos anos de 1960? Jay Sebring, Sharon Tate e
Roman Polanski.
Antes de conhecer Roman Polanski, Sharon Tate já tinha um relacionamento
com Jay Sebring.


O curioso, é que antes de conhecer o diretor e produtor Roman Polanski, Sharon Tate já namorava Jay Sebring, mas como Polanski se encantou com a beleza da loira na primeira vez que a viu, apresentada pelo próprio Sebring, as coisas tomaram outro rumo. Polanski começou a dar em cima de Sharon, que recebeu sem resistência o assédio conformadamente permitido por Jay Sebring. Coisas de Hollywood. Mas os três supostamente continuaram como bons amigos até o fatídico dia.

Chuck Norris, aquele, faz sua estréia no cinema
em The Wrecking Crew, como um capanga do vilão.

Vale destacar que o filme “The Wrecking Crew” foi a estréia do jovem Chuck Norris (recém campeão internacional de Karate), contando também com a participação de outro campeão, Joe Lewis. Ambos faziam o papel discreto de dois capangas bons de briga. As cenas de lutas que envolveram a ambos Bruce não teria dirigido.

Bruce Lee em bela atuação no filme Marlowe, de 1968, com James Garner.
Na sequência deste trabalho como coreógrafo, Bruce Lee é contrato para fazer um papel de um assassino chinês no filme “Marlowe”, com James Garner, em agosto de 1968. Neste filme Bruce tem uma bela e explosiva participação. Mas pelo fato de ser de origem chinesa e ter um  sotaque carregado era o suficiente para que ele não conseguisse um papel principal em Hollywood.

Bruce Lee coreografando uma luta para o filme A Walk In The Spring Rain, em 1969.
Stirling Silliphant, roteirista, aluno e amigo de Bruce Lee, lhe consegue em seguida, outro trabalho como coreógrafo de cenas de luta no filme “A Walk In The Spring Rain”, estrelado por Anthony Quin, que veio a calhar, pois as contas estavam acumuladas em  1969. Além disso, em 19 de abril do mesmo ano, nasce Shannon Lee, irmã de Brandon Lee.

Bruce Lee participou de diversos torneios de Artes Marciais, em 1969, atuando
como árbitro à convite do mestre de Taekwondo, Jhoon Rhee.
Em maio e junho de 1969, Bruce participa como árbitro em campeonatos nacionais de karate (Taekwondo) na Califórnia, organizados pelo amigo e mestre coreano, Jhoon Rhee.

A cena do massacre – Na madrugada de 09 de agosto de 1969, membros de uma seita chamada “Família Manson” desciam à pé a 10050 Cielo Drive, Bel Air, em Los Angeles, e inspirados pela música “Helter Skelter” dos Beatles, invadiram a casa do Diretor Roman Polanski. Uma janela foi arrombada, um deles entrou e abriu a porta para os demais. Sistemas de alarme ou cercas elétricas não eram usuais na época.

O cenário do massacre, a casa de Roman Polanski na 10050 Cielo Drive, Bel Airm em Los Angeles.

Sharon Tate e seus amigos, todos mortos cruelmente pela Família Manson.
No casarão estavam Sharon Tate, grávida e esposa de Roman Polanski; seu amigo e ex-namorado, Jay Sebring; Wojciech Frykowski, aspirante a roteirista e amigo de Polanski; Abigail Folger, amiga de Polanski e herdeira da fortuna Folger Coffe;  e Steven Parent, um jovem amigo do cuidador da propriedade. Roman Polanski estava em viagem à Europa.

Sharon Tate grávida, pouco antes de ser assassinada.

Roman Polanski e Sharon Tate.
Charles Manson, líder do bando assassino, não estava neste ataque. Manson era um músico fracassado, tinha algum relacionamento com alguns rockstars da Califórnia, como Wilson dos Beach Boys.  Manson, maníaco, estava decidido a se tornar mais famoso que os Beatles e se inspirou na música “Helter Skelter” do Álbum Branco da banda inglesa (lançado em 1968) que, a seu ver, anunciava o conflito racial entre brancos e negros, para planejar o massacre.  Alguns dizem que sua intenção era cometer os assassinatos e acusar afro-americanos para assim provocar o “Armagedom” entre a raças antagônicas nos EUA.

O produtor musical Terry Melcher seria a primeira vítima dos assassinos de Manson,
mas escapou por pouco.
Sua primeira vítima seria o produtor de discos Terry Melcher, que havia desprezado seu trabalho musical. Só que Melcher havia se mudado da mansão recentemente e a residência  teria sido alugada em seguida para o diretor Roman Polanski e sua esposa grávida, a atriz Sharon Tate.

Os discípulos de Manson trucidaram à facadas, coronhadas e tiros até a morte os cinco ocupantes da residência e escreveram com o sangue das vítimas a palavra “pig” (porco) na porta de entrada da casa para confundir a polícia. Charles Manson não participou diretamente do ataque à mansão de Roman Polanski, mas seus comandados foram identificados como sendo Charles “Tex” Watson, Patrícia Krenwinkel, Susan Atkins e Leslie Van Houten.

O casal Leno e Rosemary LaBianca, também vítimas da seita Manson.
Um dia após o massacre à Sharon Tate e amigos, Charles Manson liderou e participou pessoalmente do ataque à outra casa na região, vitimando o casal Leno e Rosemary LaBianca, dono de um supermercado e sócia de  uma boutique, respectivamente. Após rodarem por horas escolhendo uma casa para mais um banho de sangue, resolveram parar na 3301 Waverly Drive. As portas destrancadas da casa facilitaram a ação dos assassinos.

No peito de Leno foi escrito à faca “war” (guerra) e houve várias pichações com o sangue das vítimas onde lia nas paredes “rise” (nascer), “death to pigs” (morte aos porcos) e “Helter Skelter” na porta da geladeira da cozinha.

Na mesma madrugada do dia 10 de agosto, Manson e seguidores tentaram fazer outras vítimas em Venice, desta vez seria o ator libanês Saladin Nader. Felizmente eles erraram de endereço e desistiram de mais um massacre.

A Profecia de Helter Skelter – “Helter Skelter” é o título de uma canção dos Beatles composta por Paul McCartney e lançada no álbum The Beatles ou White Album (Álbum Branco), de 1968. “Helter Skelter” foi traduzido por alguns como “confusão”, “algazarra” ou “decadência”. A música considerada pesada, suja e barulhenta para o estilo dos Beatles, foi considerada como uma das pioneiras do estilo Heavy Rock. Helter Skelter é o nome de um brinquedo popular na Inglaterra, conhecido também como Tobogã, em forma de espiral descendente.

O famoso Álbum Branco dos Beatles com a faixa "Helter Skelter" que teria influenciado
o louco assassino, Charles Manson.
O maníaco assassino, Charles Manson, acreditava que essa música dos Beatles continha profecias de uma guerra apocalíptica e racial. Segundo Paul McCartney, Manson deveria enxergar os Beatles como os 4 Cavaleiros do Apocalipse e a mensagem de Helter Skelter seria para sair e matar todos por aí. Na letra sem sentido, para alguns, poderia esconder uma analogia de como se pode chegar ao topo com dificuldade e facilmente se escorregar para baixo. Uma linha tênue do sucesso e do fracasso.

Jornais da época anunciando o massacre do caso Tate-LaBianca.
O maníaco bem relacionado - Charles Manson era um ex-presidiário, vivia como um hippie, liderando uma seita de jovens fanáticos que viviam aplicando pequenos golpes e delitos pelo estado da California e ruas de Los Angeles. Manson  chegou a fazer amizade com Dennis Wilson, o baterista e vocalista do conjunto de surf music, The Beach Boys. 


À direita, o maníaco Charles Manson preso; à esquerda,
 Dennis Wilson (The Beach Boys) ao lado do maníaco assassino.
Apesar de sua figura estranha, Manson era persuasivo e chegou a morar de favor com seus seguidores numa das casas de Wilson em Sunset Boulevard, que o teria apresentado ao produtor musical, Terry Melcher. Inicialmente, Melcher ficou interessado nas músicas de Manson e chegou a pensar em fazer um documentário sobre a comunidade e as garotas da “Família” Manson. Mas ao presenciar uma briga entre Manson e um dublê de cinema bêbado na comunidade onde viviam em Spahn Ranch, Melcher desistiu de Charles Manson e família, afastando-se deles. Manson não teria engolido a rejeição de Melcher.

Dennis Wilson se envolveu de certa com a família Manson, ele sempre se referia às garotas e chegou a levar Charles Manson aos estúdios dos Beach Boys para gravar algumas músicas. Wilson, que dizia morar com 17 garotas, após desfazer de parte de seus bens e experimentar algumas viagens de LSD, projetou formar um grupo com as meninas chamado “The Family Gems”. Mas com o tempo ele percebeu as tendências violentas do “mago” (como Dennis costumava chamá-lo) e começou a se afastar dele. Charles Manson o teria procurado e ameaçado de forma indireta, posteriormente.

Parece que o relacionamento com o maníaco Charles Manson selou
o destino trágico de Dennis Wilson dos Beach Boys.
Em novembro de 1983, Dennis Wilson estava sem teto e vivia como um nômade. Deu entrada num centro de terapia no Arizona onde ficou por dois dias. Em 23 de dezembro foi internado no St. John’s Medical Hospital, em Santa Mônica, onde permaneceu até 25 de dezembro. Depois de se envolver numa briga na Santa Monica Bay Inn, ele se interna em outro hospital para cuidar dos ferimentos. Depois de algumas horas de internação ele saiu por conta própria e voltou a beber compulsivamente. Em 28 de dezembro  ele se afogou em Marina Del Rey após beber durante todo o dia. Ele teria mergulhado à tarde num ponto em que teria jogado alguns objetos pessoais de seu iate três anos antes. Ele estava com 38 anos.

A família assassina é detida e condenada - A ironia é que a polícia só chegou à família Manson por suspeitar que eles estavam envolvidos no roubo e desmanches de carros na região e pouco depois averiguarem que havia uma conexão dos massacres Tate-LaBianca com o caso do assassinato do músico Gary Hinman, por um membro da ainda desconhecida família Manson, chamado Bobby Beausoleil há pouco tempo atrás. Como no caso Tate-LaBianca, neste também foram registradas mensagens com o sangue da vítima nas paredes. Era uma conexão. Finalmente todos os envolvidos foram presos e condenados à prisão perpétua.

Charles Manson, antes e depois.
Charles Manson, líder da seita e mentor dos massacres, morreu logo depois de ser transferido da prisão especial onde cumpria a pena perpétua para um hospital Kern County, na Califórnia, em 19 de novembro de 2017, aos 83 anos. 

Charles "Tex" Watson, antes e depois.
Tex Watson ainda cumpre sua pena perpétua na Prisão estadual de Mule Creek, na Califórnia. Atualmente ele se diz convertido ao Cristianismo. Se Manson foi o planejador dos massacres, Watson foi o executor. Ele participou dos massacres da casa de Sharon Tate e do casal LaBianca.

Patricia Krenwinkel. antes e depois.
Patrícia Krenwinkel  cumpre sua pena  perpétua na Prisão de Mulheres de Corona, Califórnia. Krenwinkel foi quem escreveu com o sangue das vítimas nas paredes da casa do casal LaBianca a frase “Morte aos porcos”.

Susan Atkins, antes e depois.
Susan Atkins faleceu em 24 de setembro de 2009, aos 61 anos, em decorrência de câncer no cérebro enquanto cumpria sua pena perpétua na Prisão de Mulheres de Chowchilla, Califórnia.

Linda Kasabian, foto da época.
Linda Kasabian não participou dos ataques de forma direta, era a única que tinha habilitação para dirigir, conduziu o carro que levava os assassinos e ficou de vigília fora da casa de Sharon Tate. Ao depor contra seus companheiros ela obteve imunidade, já que seu depoimento foi o principal responsável pela condenação dos demais. Se esforça para viver no anonimato até hoje no estado de New Hampshire, Estados Unidos.

Leslie Van Houten, antes e depois.
Leslie Van Houten não participou da chacina na residência de Sharon Tate, mas esteve no massacre do casal LaBianca. Ela cumpre pena perpétua na Prisão de Mulheres em Corona, Califórnia.

Bobby Beausoleil, antes e depois.
Bobby Beausoleil cumpre pena de prisão perpétua pela morte de Gary Hinman, ocorrida poucos dias antes da chacina na casa de Sharon Tate.

Bruce Lee, suspeito de assassinato  - Teorias de todos os tipos apareceram na imprensa sobre os possíveis responsáveis pelo assassinato, antes das prisões e condenações dos fanáticos da Família Manson. Especulou-se que poderia ser um acerto de contas da máfia, uma ação do serviço secreto polonês contra Roman Polanski, retaliação de traficantes de drogas por dívidas não pagas, etc. Mas o próprio Roman Polanski desenvolveu sua própria e surpreendente teoria.

Bruce Lee passou a ser um dos suspeitos dos assassinatos pelo diretor Roman Polanski.
No início das investigações, a polícia perdeu um tempo precioso tentando relacionar os assassinatos com traficantes de drogas. E para confundir mais ainda as investigações foi achado um par de óculos de grau, supostamente deixado na cena do crime para atrapalhar ainda mais as investigações. Esse par de óculos seriam semelhantes aos que Bruce Lee portava, quando não estava usando suas lentes de contato.

Bruce Lee no funeral de Sharon Tate.
Roman Polanski que estava aparentemente impaciente e paranoico com tudo aquilo, resolveu fazer sua própria investigação. Assim ele começou a desconfiar e investigar à todos possíveis suspeitos que estavam no círculo de amizade dele e de Sharon Tate. Bruce Lee era um deles, ainda mais porque usava óculos de grau para miopia.  Desenvolvendo essa suspeita absurda, Polanski ainda comprou um kit que detectava vestígios de sangue e, vestido de preto, vagou por diversos bairros de Los Angeles examinando os carrões Lamborghinis e Porches de seus vizinhos famosos em busca de amostras de sangue. O cantor John Phillips, da banda The Mamas & The Papas, foi um que teve o seu carro vistoriado por Polanski.

Roman Polanski em frente à sua casa, onde se lê na porta de entrada, a inscrição "pig".
Ele também chegou a gastar  2.500 dólares para comparar a palavra “pig” escrita com sangue na porta da frente de sua casa com a caligrafia  do produtor Bill Castle. E ainda teria colocado microfones nas casas de alguns amigos para captar suas conversas de um quarto de hotel nas proximidades. 

Sua suspeita sobre Bruce Lee aumentou quando este mencionou à Polanski,  numa conversa, que teria perdido um par de óculos. Ora, Bruce também já morava em Bel Air há algum tempo e não tão distante do local do massacre. Foi o bastante para Polanski comprar um medidor para lentes com grau para medir os óculos de vários amigos, inclusive o de Bruce Lee.

Roman Polanski em prantos no funeral de sua esposa, Sharon Tate.
Roman Polanski nunca encontrou uma resposta satisfatória, até que as investigações policiais chegaram definitivamente aos verdadeiros autores, os cinco membros da Família Manson.

Bruce Lee como hóspede de Polanski, na Suíça – Sete meses após o massacre na residência de Sharon Tate, Bruce Lee recebe um convite para ir à Gstaad, na Suíça, para administrar aulas particulares de defesa pessoal ao próprio Roman Polanski. Era fevereiro de 1970.

Roman Polanski flagrado em Gstaad, na Suíça, em 1969. Provavelmente
depois do assassinato de Sharon Tate.
Segue um breve relato de Bruce Lee ao editor Mito Uyehara da revista Black Belt sobre sua viagem e experiência na Suíça: “É fantástico quando os arranjos são feitos por ele (Roman Polanski). Eu desembarco no aeroporto e um motorista já está esperando  por mim numa limusine. Ele me leva ao melhor hotel e no dia seguinte ele me leva ao aeroporto para o meu voo de conexão. Eu não gasto um centavo e tenho um tratamento de luxo. Tudo está tão bem organizado que eu não sinto quase nenhum problema.

Continua Bruce Lee: “Eu não percebi como os milionários passavam seu tempo, até que eu visitei um resort na Suíça. Eles têm uma vida enfadonha. Beber e esquiar é tudo o que fazem. No meio disso tudo, eles tentam levar alguém para a cama. Eu era o único asiático lá, os demais eram todos europeus.”

Lee prossegue com o surpreendente relato: “Algumas daquelas meninas tinham cerca de 14 ou 15 anos de idade, fazendo companhia aos velhos cinquentões. No começo, achei um pouco estranho, então percebi que a moral não existe por lá. Não, essas crianças não eram suas filhas. Elas deveriam ser prostitutas, eu acho. Eu realmente não sei porque aquelas crianças não estavam na escola. Foi uma situação estranha.”

Lee adquire uma gripe na Suíça, mas mesmo assim  experimentou esquiar: “Eu estava indo a 60 milhas por hora, descendo a colina e fiz todo o percurso abaixo sem cair. Eu não senti nenhuma excitação nesse esporte e não tentei novamente.”

Depois desta experiência na Suíça, que durou aproximadamente 2 semanas, Bruce retorna para os EUA, mas antes faz escala em Londres, onde se hospeda na casa de Roman Polanski.
Este seria talvez o último contato de Bruce Lee com o polêmico diretor Roman Polanski.

Coincidências macabras - Pouco mais de um ano antes do assassinato de Sharon Tate, grávida de Roman Polanski, o filme “O Bebê de Rosemary” é lançado em 12 de junho de 1968 nos EUA. O filme, considerado um dos maiores clássicos do terror até hoje, teve a direção de Polanski e teria contado com a consultoria de Anton LaVey, fundador da “Igreja de Satã’ e autor do livro “A Bíblia Satânica” para as cenas de cânticos e rituais. 

Anton Lavey (de capa e chifres), o autor da Bíblia de Satan, foi consultor no filme
"O Bebê de Rosemary" de Roman Polanski.

O prédio Dakota onde foi filmado o filme "O Bebê de Rosemary".
A história trata de uma mulher casada (personagem que inicialmente seria de Sharon Tate, mas que foi cedida à Mia Farrow) envolvida numa trama satânica onde seu próprio marido, num pacto maligno em busca de sucesso na carreira, concorda que sua mulher possa ser possuída sexualmente num ritual macabro pelo próprio diabo para a geração do anticristo. 

Em frente ao prédio Dakota, John Lennon foi assassinado
em 1980 por um fã.
O prédio onde foi filmado a trama de o Bebê de Rosemary, é o mesmo prédio (The Dakota) onde John Lennon morava quando foi assassinado à tiros por um fã, em 1980, em Nova York. O edifício lembra também a fachada  do prédio que aparece na capa do álbum duplo “Phisical Grafitti”, de 1975, da banda de rock Led Zeppelin, apesar de não ser o mesmo. 

A fachada sinistra  do prédio que serviu de capa para o álbum do Led Zeppelin.

Capa do álbum Physical Grafitti, do Led Zeppelin, de 1975.
É sabido que o guitarrista Jimmy Page (líder e guitarrista do Zep) era seguidor do famoso mago satanista, Aleister Crowley. Um ano e dois meses depois do lançamento do filme, Sharon Tate grávida de 8 meses é brutalmente assassinada à facadas por membros da seita demoníaca, conhecida como Família Manson.

O lado polêmico do aluno mais excêntrico de Bruce Lee - Roman Polanski sempre teve uma queda por ninfetas, depois de Sharon Tate, que trabalhou com ele em “A Dança dos Vampiros (1967)”, sua lista de namoradas continua  com nomes selecionados, como as jovens atrizes Barbara Lass, Jacqueline Bisset, Nastassia Kinski e finalmente sua atual esposa, 33 anos mais jovem, Emanuelle Seigner.


Roman Polanski e a jovem atriz Sharon Tate, no 
filme "A Dança dos Vampiros", de 1967.


Roman Polanski, sempre teve uma caidinha por ninfetas...
Em março de 1977, o diretor Roman Polanski foi indiciado em Los Angeles por cinco crimes contra Samantha Geimer, uma menina de 13 anos. Foi acusado de estupro com uso de drogas, perversão, sodomia, atos libidinosos com uma adolescente com menos de 14 anos, e por fornecer drogas controladas a uma menor de idade. Ele só admitiu ter praticado ato sexual com pessoas menor de 14 anos. Polanski fugiu para a França antes da sentença e procura evitar, até hoje,  voltar à países que poderiam deportá-lo para os Estados Unidos. Ele também foi desfiliado à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, como retaliação.

O filme de Tarantino – Era Uma Vez em Hollywood (Once Upon A Time In Hollywood) deve contar uma história beirando o humor negro ao som de uma trilha sonora de rock psicodélico em torno dos bastidores dos estúdios de Hollywood, apresentando os conflitos existentes entre alguns produtores, diretores, atores, dublês e personagens reais e fictícios, descrevendo as circunstâncias que antecederam o massacre que vitimou Sharon Tate e amigos.

Brad Pitt e Leonardo DiCaprio dando uma carona para o diretor Quentin Tarantino.
Na ocasião, Bruce Lee já morava em Bel Air, mas não esteve presente na carnificina. Mas se ele se deparasse com a Família Manson de frente, naquela madrugada de agosto de 1969, como seria? Nunca saberemos. Depois de assistir ao filme de Tarantino, talvez eu poste algum comentário sobre a visão do polêmico cineasta. Abraços.

Bruce Lee mirando a cabeça do ator James Garner, em 1968.

Walk On!

Por Eumário J. Teixeira.

21 comentários:

  1. 1. "Era Uma Vez Em Hollywood" pode ter a velada intenção de retratar a biografia da relação entre um astro e o seu dublê, como sugerem algumas críticas, mas o título é um mero eufemismo para a luxuosa decadência de uma região cujo nome serviu também para designar uma instituição extremamente poderosa e influente em boa parte do mundo.

    Bruce Lee aparece nesse paradoxal cenário de luxo, glamour, sonho e decadência fazendo o trajeto inverso do Helter Skelter, posto que é notória a rejeição que ele inicialmente sofreu da indústria cinematográfica Hollywoodiana por conta de ser um asiático imbuído de uma pretensão que ia além do mero papel de figurante ou, no máximo, de simples coadjuvante.
    Sentiu na própria pele muito do preconceito e só foi reconhecido pelos lobos vorazes de "Hollywood", que o defenestraram, após ele ter se tornado um sucesso estrondoso na Ásia. Os abutres então finalmente acordaram para o tremendo potencial daquele chinês que antes a sua indústria havia subestimado.

    Hollywood é um drama em si mesma. Vide o que está relatado na própria matéria, cuja abordagem é apenas a ponta de um iceberg. Os escândalos de Hollywood sempre fizeram parte do cenário, por mais que tentem afastar os holofotes desses enredos vergonhosos afim de deixar transparecer apenas a mística ilusória.
    Nada contra (parte) disto. Afinal, graças à Hollywood é que tivemos a oportunidade de apreciar monumentais obras da 7° Arte, seja pela grandiosidade realmente de certas produções, seja pela natureza tosca de muita coisa - como os filmes de Matt Helm, tendo sido citado um deles na matéria, aos quais eu assisti entusiasticamente quando garoto por conta das belas mulheres e da tecnologia utilizada pelo herói. Adquiri recentemente essa coletânea graças ao vigoroso "mercado paralelo" - mercado sempre atento às necessidades dos consumidores, fornecendo aquilo que as distribuidoras oficiais, por absoluta inépcia, se omitem (está à procura do desenho "Super Robin Hood" ou "Hardy Boys", mas não consegue encontrar em lugar nenhum ? Pois "mercado paralelo oferece !)
    Coisas de fãs !!!
    Já o próprio "Operação Dragão" (Enter The Dragon) é um exemplo do primeiro caso que mencionei, em que Hollywood vez ou outra nos surpreende com filmaços. Felizmente, a lista para estes casos é bem extensa.

    Particularmente, não sou um apreciador incondicional do trabalho que Hollywood geralmente oferece. No tocante a Westerns, por exemplo, acho os memoráveis filmes italianos feitos por Sergio Leone, com as fenomenais trilhas sonoras de Ennio Morricone, simplesmente imbatíveis - e perto dos quais os americanos (mesmo escalando um Clint Eastwood pra atuar) se tornaram caricatos, quase patéticos. Prova de que não basta ser um gigante se não se tem um roteiro, um diretor e outros fatores igualmente indispensáveis. Orçamento é o que menos prevalece nessa equação.
    Claro que sempre tem um Spielberg ainda iniciante no ofício vindo com um Clássico como o "Encurralado" (Duel) pra salvar a honra da indústria cinematográfica americana. Até que nos lembramos do britânico Stanley Kubrick e seus fabulosos "Laranja Mecânica" e "2001 - Uma Odisséia no Espaço" para comprovar que Hollywood não reina soberana.

    O fato é que Hollywood é uma fábrica de mitos, seja metafórica ou literalmente falando.
    Ao mesmo tempo que consegue impor as suas megas produções (de qualidade às vezes bem duvidosa), consegue também ofuscar muita coisa que é produzida fora daquele badalado circuito.
    Assim, quanta coisa realmente surpreendente não chega "às telas" e se tornam conhecidas por causa da predominância hegemônica da indústria cinematográfica norte-americana ?
    Nós, por acaso, chegaríamos a conhecer a obra de Bruce Lee na Golden Harvest se ele não tivesse feito um dos maiores filmes de artes marciais de todos os tempos, o Operação Dragão, pela Warner Brothers ?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado pelos comentários, Antonio Jorge. Como sempre opiniões coerentes e com informações extras que só enriquecem as postagens de Bruce Lee In Focus. Minha intenção com esta postagem era realmente descrever o cenário em que Bruce Lee vivia no final da década de 1960 ao início dos anos de 1970, focando principalmente os anos de 1968 a 1969, quando se deu o caso Tate-LaBianca que também é explorado em Era Uma Vez Em Hollywood. Como você mesmo frisou, foi o tempo de definição para Bruce Lee, que era admirado por alguns, odiado e rejeitado por outros na indústria do cinema norte-americano. Bruce teve a grande oportunidade para demonstrar sua filosofia e conceito marcial nos primeiros capítulos da série Longstreet , lançada em setembro de 1971. É interessante frisar que quando a série Longstreet foi lançada nos EUA, Bruce já tinha retornado para Hong Kong e já estava filmando The Big Boss (O Dragão Chinês, em Bangkok). Num intervalo das gravações de Big Boss, ele chegou a voar para os EUA para participar de mais um episódio da série. A oportunidade de ouro para participar da série Longstreet e com isso divulgar a filosofia do Jeet Kune Do, lhe foi dada por seu aluno, o roteirista Stirling Shilliphant. Mas antes mesmo de Longstreet e dele desistir de esperar por um convite de Hollywood para ser protagonista de algum filme, Bruce teria participado como convidado em outras séries televisivas depois do encerramento da temporada única de O Besouro Verde (1967), além de sua pequena, mas marcante participação no filme Marlowe (1968), com James Garner. Lembrando que provavelmente a série O Besouro Verde (The Green Hornet) teria sido cancelada não pela baixa audiência em relação à Batman e Robin (com Adam West e Burt Ward, 1966-1968), mas porque o personagem oriental Kato (Bruce Lee) chamava mais atenção do público (principalmente o juvenil) do que o herói principal, Besouro Verde (Van Wiliams). Neste meio tempo, viriam os projetos como o filme "A Flauta Silenciosa" e "O Guerreiro" (série Kung Fu) com roteiros de Bruce Lee em parceria com James Coburn e Shilliphant, que também foram engavetados provavelmente por ter como autor e possível protagonista, um cidadão norte-americano de origem chinesa. Esses dois últimos projetos foram lançados em filme e série de TV posteriormente tendo como protagonista, em ambos, o ator canastrão David Carradine, o "Bill" de Kill Bill de Tarantino. Isso é só um resumo do que Bruce enfrentou na Hollywood dos sonhos no final da década de 1960. Abraços, amigo.

      Excluir
    2. Eumario - excelente post, bem instrutivo e claro
      Antonio Jorge - bem q vc podia montar um blog, ótimo comentário

      abs!

      Excluir
    3. Obrigado pela participação, Scant. E quanto a Antonio Jorge, ele já é parceiro do blog com seus brilhantes comentários. Não dá ideia, não... (risos).

      Excluir
    4. Sincero obrigado, amigos !!!

      Nunca tive a pretensão de criar um blog ou mesmo um vlog. Aliás, sempre ressaltei que considero o "Bruce Lee In Focus" como sendo o MELHOR blog disponível em língua portuguesa sobre o Pequeno Dragão.
      Sou admirador incondicional do trabalho do Eumário e jamais estaria à altura de concorrer com ele, que já demonstrou ser um expert em matéria de Bruce Lee, sempre trazendo artigos consistentes e de grande qualidade. Curto demais este espaço, e aqui aprendo muito.

      Portanto, amigos, me contento apenas em apresentar as minhas impressões pessoais acerca dos artigos trazidos pelo "Bruce Lee In Focus". E convido os demais amigos do blog a apresentarem também os seus comentários, sempre relevantes, pois em muito poderão contribuir para compreendermos melhor quem foi o grande Bruce Lee e ajudarmos a preservar todo o seu legado.

      Abraços !

      Excluir
    5. bem, não precisaria ser um blog sobre Bruce Lee, mas sobre outros assuntos como animações (você já mencionou duas que eu nunca tinha ouvido falar), livros e cinema
      temas que devem te empolgar

      abs!

      Excluir
    6. Pois é, Scant !
      Empolgação que é o meu "problema".
      Já tive o projeto de realizar algo na internet focado a reformular, com os devidos fundamentos, muitas "verdades" estabelecidas por aí nos campos científicos e para-científicos, mas dando margem para tratar de outros assuntos também, que fossem, digamos, mais amenos, seguindo assim um modelo parecido com o que você sugeriu.

      Porém, rapidamente percebi que a minha empolgação faria com que eu acabasse tratando de MUITA coisa que não deve ser tocada.
      A simples formulação de um esboço muito superficial do que representaria este meu projeto já foi o suficiente pra causar um alvoroço que teve repercussões consideráveis, as quais eu não vou mencionar.

      Felizmente, percebi logo qual seria a dimensão da coisa em termos de consequências, e desisti.
      Nossas sociedades ainda são bastante atrasadas e o ser humano, apesar do avanço tecnológico atual em várias áreas, ainda pouco se diferencia, na sua mentalidade - e nas suas emoções - aos homens típicos da Idade da Pedra.
      Às vezes, é muito mais difícil passar algo simploriamente do que da forma que seria a natural para determinadas pessoas.
      Qualquer informação precisa ser dosada de acordo com o ambiente onde ela será divulgada. E essa que é a única verdade na história.

      Finalizando: entre ter ido surfar ou ter ido pra Lua, Neil Armstrong e Buzz Aldrin deveriam ter ficado com a primeira opção.

      Good bye !

      Excluir
    7. Compreendo. a sociedade tá cada vez mais chata e neurótica e o risco é alto
      de toda sorte, quais os livros que mais influenciaram seu pensamento? sobre cultura pop, indica alguma coisa?

      abs!

      Excluir
    8. Desculpe, mas a temática do blog é sobre Bruce Lee.
      E qualquer coisa comentada que não tenha alguma relação com cada matéria simplesmente fujiria ao propósito do blog.

      Excluir
    9. Ops !!!
      Escrevi "fugiria" errado. Prova de que não sou um robô e nem uso corretor ortográfico. Haha !!!

      Mais sobre Bruce Lee e o filmeco do Taranti:


      https://m.youtube.com/watch?v=OPpvByYWW1k

      Excluir
    10. Antonio - poxa, se puder, me dá umas dicas desses assuntos, em qualquer um dos meus blogs:
      https://scantsa.blogspot.com/
      https://obscult.blogspot.com/

      Eumario - já te adicionei a lista de parceiros do blog https://obscult.blogspot.com/

      abs!

      Excluir
    11. Obrigado, Scant. Vou dar uma espiada nos seus blogs. Abraço.

      Excluir
  2. 2. O fato é que, sem Bruce Lee, o filme Operação Dragão nunca teria atingido a glória que conquistou (tanto que foi selecionado para preservação no National Film Registry dos Estados Unidos pela Biblolioteca do Congresso) ou sequer teria sido realizado.

    Neste artigo do nosso sempre atento Eumário, o Pequeno Dragão figura praticamente em segundo plano. Um figurante em um meio no qual ele desaprovaria muita coisa que Hollywood parece enaltecer. Afinal, o psicopata Charles Manson foi, por exemplo, uma das inspirações para o músico Brian H. Warner criar a bizarra banda epônima Marilyn Manson.
    Transparece na matéria mais o ambiente em que Bruce Lee foi obrigado a transitar e a conviver até tornar-se reconhecido pelo seu talento e ter direito a um merecido lugar de honra.
    E muito mais que uma estrela na calçada da fama, Bruce Lee recebeu o reconhecimento e a gratidão de seus incontáveis fãs não apenas pelos papéis que ele representou como artista marcial mas também como o filósofo que era.

    Consta que, para o seriado Longstreet, Bruce Lee afirmou que não havia interpretado nenhum personagem em particular mas simplesmente deixou-se ser ele mesmo.
    Simplesmente um gênio !!!

    Abs., amigo Eumário !

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Antonio Jorge, a essa altura, você já dever estar sabendo da repercussão em torno da polêmica visão dada por Quentin Tarantino em relação à Bruce Lee, em Era Uma Vez em Hollywood. A filha de Bruce, Shannon Lee, já se manifestou decepcionada com a figura arrogante e caricata representada por Mike Moh, no filme, que ainda leva uma surra do dublê veterano, Cliff Booth. Outro que emitiu opinião negativa à direção da cena em que Bruce Lee (Mike Moh) discute e enfrenta o dublê Cliff Booth (Brad Pitt) foi Danny Inosanto, amigo, aluno e parceiro de Bruce Lee, que destaca a humildade como uma característica marcante de Lee, lembrando o que eles chamam de "arrogância" era a capacidade de Lee confirmar o que ele prometia fazer. A maioria dos críticos aprovou o filme, desprezando esse trecho em que o personagem Bruce Lee aparece ridicularizado, nas memórias de Cliff Booth. Parece que Tarantino reviveu o clima da época em que Hollywood ainda enxergava os orientais como intrometidos, arrogantes, ignorantes e patéticos, de certa forma. Em contrapartida, Tarantino "capricha" nas representações de Sharon Tate, (do pervertido) Roman Polanski e dos personagens fictícios encarnados por Leonardo DiCaprio e Brad Pitt. E o diretor polêmico ainda se diz "fã de Bruce Lee". Tanto a família Lee, quanto antigos alunos do Jeet Kune Do, sequer foram consultados para a formação desta suposta "homenagem" de Tarantino. Apesar do filme ter sido aprovado pela maioria, essa polêmica sobre o trato com Bruce Lee está repercutindo e Tarantino ainda não se manifestou. Os fãs do Pequeno Dragão estão irados. Estou acompanhando o caso, assistirei o filme e darei um parecer mais detalhado em breve. Até mais, amigo.

      Excluir
    2. Grato pelas respostas, Eumário !

      Francamente, não me surpreende que, mais uma vez, Hollywood venha com outra proposta na qual deliberadamente acaba distorcendo tudo o que pode, invertendo os papéis sobre quem foi quem e, portanto, distorcendo a própria realidade dos fatos.
      Desde o desastroso e ridículo filme "Dragão : a História de Bruce Lee" não assisto a mais nenhum "filme biográfico" sobre Bruce Lee ou que procure representá-lo de alguma forma.
      São todos um embuste, repletos de mentiras e pirotecnias típicos da mentalidade degenerada dos manipuladores da indústria cinematográfica.

      Portanto, este "Era Uma Vez Em Hollywwodd" não passa de mais outra farsa, que denigre como pode a imagem de Bruce Lee enquanto procura valorizar figuras nefastas, como o tal do Roman Polanski, um pedófilo e degenerado típico daquele antro.

      Aliás, faz bastante tempo que não assisto a praticamente nada que Hollywood oferece, e quando vou conferir algum filme é só mesmo por muita insistência de pessoas do meu círculo, que já conhecem as minhas opiniões e inclinações.

      Ao invés de perder meu tempo assistindo, por exemplo, as monumentais besteiras adaptadas de super heróis da Marvel e da DC, que deixam milhões de pessoas alienadas ao redor do mundo em completo deslumbramento, eu prefiro ler um bom livro, um bom quadrinho, pesquisar algo interessante na internet ou reassistir a algum filme ou seriado antigo. Olhar para as nuvens no céu azul também me parece ser muito mais lucrativo do que assistir a picaretagens como "Era Uma Vez em Hollywood".

      No mais, a matéria foi válida pois situou exatamente o tipo de ambiente corrompido e corruptor que Bruce Lee foi obrigado a conviver em sua trajetória de vida.
      Seu parecer quanto ao filme será bem vindo pois complementará o que ficou registrado aqui na matéria.

      Forte abraço, Eumário, e aguardo a sua crítica quanto a mais este filme que pretende "homenagear" a Bruce Lee.

      Excluir
  3. P.S.: a última vez que entrei em um cinema foi para assistir "Batman, O Cavaleiro das Trevas", com Heath Ledger no papel do Coringa.

    Como percebi que seria impossível alguém representar melhor aquilo o que Ledger tinha acabado de fazer, e como fiquei profundamente frustrado em saber que ele mesmo jamais voltaria a representar por ter morrido pouco depois das filmagens, decidi que seria perda de tempo esperar ver uma atuação tão espetacular novamente em qualquer outro filme.
    E pelo visto, não errei em minha avaliação.

    Abs !

    ResponderExcluir
  4. Saudações amigos...Bom Se bruce lee é o mestre das artes marciais como pode apanhar de um duble? Ainda mais de um americano que não saberia metade do que ele sabia. Bom é hollywood mesmo só podia. Um polanski pedofilo casado com a loira princesa em um casamento de traições como vitima. Bruce lee caminhou nesse cenário tendo que se fazer de "salame" digamos assim ou simplesmente sendo ator. E agindo de boa pois deveria odiar muitas coisas mas tinha que dar o de amigo e entrar no clima. Fazer o que. É a mesma coisa quando a gente entra em um novo emprego que tem que se fazer de boa e relevar.
    Um fato interessante era que bruce lee estando nesse mundo tambem teve muitos casos amorosos com as atrises americanas também. Uma loira linda que bruce teve um caso foi "sharon farrel" ao qual revelou que ele foi o homem da vida dela e que conhecia cada parte do seu corpo e levava-a ao delirio (segundo a mesma). Poucos sabem disso. Poucos também não sabem que Em 1968 Bruce participou do último episódio da série de Tv “Blondie”, intitulado “Pick On A Bully Your Own Size” Nele, Bruce interpreta um instrutor de artes marciais que ensina o protagonista Will Hutchins a lutar para enfrentar um valentão do bairro que o ameaçava constantemente. Cara nunca vi essas imagens desse seriado. Procurei e nunca achei nem fotos. Ta ai uma grande curiosidade minha também em poder assistir um dia isso... isso tudo nesse tempo,nessa epóca americanizada.

    ResponderExcluir
  5. Olá, Rodrigo. Coisas de Hollywood, não é? Mas como o personagem de Brad Pitt é fictício, sabemos que tudo isso é fantasia de Tarantino. Mas não podemos considerar a cena como uma "homenagem" ao Pequeno Dragão. Pelo contrário, a meu ver Tarantino quis ridicularizar a imagem o seu "ídolo", se é que ele realmente é fã de Bruce Lee. Shannon não culpou o ator Mike Moh, mas não perdoou Tarantino. Bruce realmente teria tido algumas "puladas de cerca" ainda em Hollywood antes de retornar à Hong Kong em 1971. E Sharon Farrell teria sido apresentada à ele por Steve McQueen, se me lembro. Quanto ao episódio de TV da série Blondie em que Bruce participa, realmente nunca vi alguma imagem o foto, mas deve estar em algum arquivo por aí.
    Abraços e até a próxima.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. E para quem ler esse comentário, favor não confundir Sharon Tate com Sharon Farrell. Eram ambas, lindas e loiras, mas pessoas distintas. Obrigado.

      Excluir
  6. Excelente e riquíssimo conteúdo como de costume. Nos sentimos privilegiados ao ler suas matérias. Parabéns pela exclusividade em conteúdo. Respeito e honra.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Fico feliz por minhas postagens serem tão bem recebidas pelos fãs do Pequeno Dragão. Obrigado pelo incentivo Vinícius. Fique atento que logo vem um desabafo em relação à Quentin Tarantino e seu tratamento vil dado à Bruce em seu último filme. Respeito e honra.

      Excluir