domingo, 10 de fevereiro de 2019

MORREU WONG JACK MAN, O GRANDE RIVAL DE BRUCE LEE!



Ainda em tempo, venho informar que o Grão Mestre de Kung Fu Shaolin do Norte e Tai Chi Chuan, Wong Jack Man, faleceu em 26 de dezembro de 2018, aos 78 anos. Algumas biografias apontam que Wong Jack Man teria nascido em 1941 e, portanto, falecido com 77 anos de idade. 

Mestre Wong Jack Man, em foto nos anos de 1970.
Wong Jack Man ganhou fama décadas após a morte de Bruce Lee (ocorrida em 1973), num revival sobre o Pequeno Dragão quando relembraram o famoso duelo entre os dois na Chinatown de Oakland, na Califórnia, em 1964. A história deste confronto foi bastante explorada no blog Bruce Lee In Focus, em duas postagens:
https://bruceleeinfocus.blogspot.com/2016/12/bruce-lee-e-verdade-sobre-luta-contra.html
https://bruceleeinfocus.blogspot.com/2018/02/a-origem-do-dragao-birth-of-dragon.html


Wong Jack Man, executando kati de Kung Fu Shaolin do Norte.
O duelo entre os dois jovens praticantes de Kung Fu, ambos com apenas 24 anos, ocorreu na academia de Bruce Lee em Oakland e foi retratado num filme fantasioso e aquém da realidade, intitulado “A Origem do Dragão” (The Birth Of The Dragon), de 2017.

Wong Jack Man com um bastão triplo, em meados dos anos de 1960.

Bruce Lee, à direita, praticando Wing Chun Kung Fu com seu discípulo 
Taky Kimura, no início da década de 1960.
Foi um breve momento de fama para Wong Jack Man que procurou viver no anonimato e sempre se esquivando das perguntas sobre o famoso confronto com Bruce Lee. Ironicamente, Wong Jack Man morreria há pouco mais de um ano do lançamento do filme A Origem do Dragão.

The Birth of the Dragon, no Brasil intitulado "A Origem do Dragão",
um filme que não foi totalmente fiel aos fatos.

Wong Jack Man de terno cinza, em 2017, no lançamento de "A Origem do Dragão"
(The Birth of the Dragon) com o ator Philip Ng.
Wong Jack Man foi aluno dos mestres Yim Sheung Mo e Ma Ching Fung, e estes alunos de Gu RuZhang e Sy Yun Fung, todos pertencentes  às linhagens tradicionais Shaolin do Norte e Shaolin Luo Han.

O jovem Wong Jack Man (de pé) ao lado de seu mestre Ma Ching Fung.

Mestre Rick Wing está no comando da Associação Atlética de Ching Mo,
após a morte do Mestre Wong Jack Man.
Wong Jack Man teria se aposentado como professor desde 2005, transferindo a responsabilidade dos ensinamentos para o seu aluno mais veterano e capacitado, Rick Wing, da Associação Atlética de Ching Mo, em San Francisco, na Califórnia.

Mestre Wong Jack Man realizando movimentos tradicionais
do Kung Fu Shaolin do Norte .

Mestre Wong Jack Man (à esquerda) lecionando na Associação Atlética
Ching Mo, na década de 1970.
As causas da morte de Wong Jack Man não foram divulgadas.

Por Eumário J. Teixeira.

6 comentários:

  1. Triste
    Curioso perceber que artes marciais não garantem longevidade

    Abs

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  2. Boa noite Eumário.

    Só gostaria de mostrar para você meu primeiro texto sobre o Bruce Lee que publiquei.

    “A Arte de Morrer”: uma valiosa mensagem de Bruce Lee sobre nosso ego - https://medium.com/@nicolas.rufino/a-arte-de-morrer-uma-valiosa-mensagem-de-bruce-lee-sobre-nosso-ego-7a2c7e53c277

    Eu gostaria muito que você lesse e desse sua opinião.

    O que achou?

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    1. Resposta ao Nicolas, parte 1.

      Excelente o seu texto, Nicolas. Muito bem construído e esclarecedor. E recomendo aos amigos do blog Bruce Lee In Focus que o leiam.
      Eu não sou filósofo ou estudante de filosofia, mas vou tentar dar o meu parecer sobre a difícil "arte de morrer".
      Já mencionei em uma das minhas postagens que antes de conhecer o Bruce Lee filósofo, já tinha lido alguns textos de Jiddu Krishnamurti. Quando li algumas matérias sobre a filosofia do Jeet Kune Do, posteriormente, sabia que já tinha visto alguma coisa semelhante, antes. Tudo o que Bruce Lee proclamava em seus discursos me fazia lembrar Krishnamurti.
      Finalmente descobri que o filósofo indiano rebelde que discursava ferozmente contra as religiões institucionais era um dos pensadores preferidos do Pequeno Dragão.
      Aliás, Krishnamurti já morava na Califórnia há décadas antes mesmo de Bruce Lee chegar por lá, num belo e grandioso rancho nas montanhas. O desapego ao "eu" é um consenso entre muitos filósofos contemporâneos e antigos, como Lao Tsé, Buda, etc.
      Eu curtia muitos os filmes de samurai quando adolescente, e me lembro de uma passagem em que um mestre espadachim falava sobre o estado de "não consciência", ou "ausência do eu" e coisa parecida.
      O maior de todos os filósofos, sábios e mestres, Jesus Cristo, disse em Lucas 9:23: "E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me."
      Esse negar a si mesmo é renunciar à vaidade, à soberba, à autocomiseração, ao "eu", para servir aos outros. Desapegar aos bens materiais, aos projetos pessoais, aos prazeres da carne (culto ao corpo), à auto satisfação, etc...
      Se essa libertação da prisão do "eu" nos trouxer a verdade, a "iluminação" e à verdadeira contemplação da realidade, sem julgamentos ou condenação, a paz seria inevitavelmente extasiante, um estado nirvânico (se é que existe o termo... Risos).
      Estou me alongando e tratando isso como um bate-papo, mas me lembrei do ator cômico Jim Carrey, a quem muitos estão estranhando ultimamente, por ele estar falando "coisas sem nexo". Creio que ele após passar por duras experiências pessoais e talvez profissionais, começou a questionar sobre a realidade de sua vida; se o seu modo de viver e trabalhar reflete verdadeiramente o que ele "é"; se o seu público "fiel" cultua a uma pessoa real ou à imagem que é exibida nas telas; ou seja, parece ter descoberto finalmente que ele faz parte de um sistema que vende ilusões para deixar o "gado" passível e adormecido. Ele está desenvolvendo uma consciência livre dos julgamentos, impressões, cargas hereditárias, cultura acumulada, dogmas, etc. Jim Carrey não se converteu ao Cristianismo como muitos pensam, apesar dele citar Jesus Cristo e o Deus da bíblia. Ele está "seguindo" um escritor que tem uma linguagem semelhante à de Krishnamurti, um tal de Eckhart Tolle.
      Mas como já foi dito, Eckhardt Tolle e Jiddu Krishnamurti despertam para essa necessidade da alta percepção, da observação, da libertação dos dogmas, mas ao mesmo tempo eles não dão a solução para o problema ou a fórmula. Já que isso é uma questão individual, a libertação ou a "conversão cristã" autênticas não podem ser transferidas ou compartilhadas, é uma experiência pessoal do indivíduo.
      Em resumo, Carrey pode estar buscando a libertação do que muitos chamam de "matrix", sistema, ortodoxia, ilusão, etc., pois ele consegue, agora, enxergar com clareza o mecanismo de todo o sistema opressor e escravagista. Ele cita sobre a questão do pensamento negativo e sua influência sobre nós no dia a dia. E parece que nós realmente somos captadores de negatividade, não?!?
      Segue a parte 2.

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    2. Resposta ao Nicolas, parte 2.

      Jim Carrey busca pela autoexpressão verdadeira e honesta, a mesma busca que Bruce Lee transferiu para o Jeet Kune Do, como seu modo de se expressar.
      É por isso que sou contra as "escolas" metódicas de Jeet Kune Do, como se Bruce Lee tivesse deixado um currículo para você perseguir. Se pode repassar conceitos, mas a liberdade é individual e tem um caminho diferente para cada indivíduo. Alguns chegam com facilidade e outros a duras penas.
      Mas sabemos também que Bruce Lee teve suas dificuldades para conciliar o que pregava e o que praticava, não é mesmo?!?
      Ao mesmo tempo em que ele pregava o desapego às tradições das escolas ortodoxas de artes marciais mesclado ao desenvolvimento espiritual, ele se martirizava com a manutenção de sua condição física e técnica extraordinárias e em acumular milhões de dólares suficientes para lhe assegurar a independência e conforto material para si mesmo e sua família para o resto de sua vida.
      Com isso ele, se viu no meio de um conflito terrível. Sabemos muito bem que elevação espiritual, paz interior não combinam com acúmulos de bens, sucesso, prosperidade, fama, orgulho, etc.
      Mas sou grato à ele, pois Bruce Lee foi revolucionário no que se refere às artes marciais, prevendo tudo o que desfrutamos hoje nas academias modernas com seus treinamentos inovadores, seus aparelhos e utensílios auxiliadores, dietas, visão prática e objetiva para o combate, sem fantasias ou ilusões, e muitos conceitos que também podem ser absorvidos para a vida social e profissional, por exemplo.
      Como aquela máxima que ele sempre repetia: " o caminho mais curto entre dois pontos é a linha reta"; pregando assim a objetividade!!!
      Miyamoto Musashi, o lendário espadachim japonês, teria finalmente alcançado o estado de "desapego" e renunciado ao seu "eu" na maturidade, abandonando o "Caminho da Espada"; mas foi a trajetória com a espada que o levou ao conhecimento libertador, digamos assim.
      Bruce Lee, infelizmente, não teve o privilégio de amadurecer o suficiente e envelhecer em paz.
      Mas o ser humano é mesmo limitado, e não é DEUS, e não pode dirigir o seu próprio destino, pois não tem poder suficiente para isso. Porque o Criador é quem controla as nossa vidas na verdade, e ainda que a nossa natureza sempre se incline para o mal, Ele ainda usa de Sua misericórdia para conosco. Queremos ser independentes Dele, mas na verdade, em tudo dependemos Dele.
      É no que acredito.
      Espero sua réplica.
      Abraços.

      Eumário.

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  3. Eumário, muito obrigado pelos elogios e por esse belo texto. Espero que tenha gostado. O texto em português teve cerca de 300 acessos, e em inglês esse número passou de 40 mil. Era uma realidade tão distante de mim, e foi só o meu primeiro texto. Estou bastante feliz com isso. Sinta-se livre para divulgá-lo onde achar melhor. Ficarei eternamente grato por isso.

    Sobre Jim Carrey e Krishnamurti: não tenho acompanhado muito a história do ator, embora eu saiba que ele tenha passado por algumas tristes experiências pessoais e que está mudando muito sua visão de mundo. Já vi alguns vídeos de teoria da conspiração incitando que ele enloqueceu, mas acho essa teoria equivocada. Creio que de fato ele está mudando sua visão de mundo de maneira profunda.

    Eu também sempre tive muito a impressão de que a fama incomodava o Lee. Não sei dizer, e é claro que ele não dizia, mas é algo que sempre me chamou a atenção, principalmente quando pesquiso sobre o final da vida dele.

    De qualquer forma, o que me inspirou a criar o texto foi que muito do que Bruce Lee tentou ensinar passou despercebido por muitas pessoas. Inclusive há muitos ensinamentos apenas nos livros, coisa que, talvez, no futuro eu possa falar sobre.

    Estou escrevendo meu próximo texto. Não sei ainda sobre o que vai ser, e não posso me apressar para publicá-lo. Não posso ser escravo dos números de visualizações. Apenas quero fazer um bom texto. E, a princípio, boa parte dele está mais focado no pensamento do Krishnamurti.

    Abraço.

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  4. Nossa o Mestre Wong Chek Man Se foi Jivem, e nem aparentava a idade como mostra na foto, e uma grande perda de um Grande Artista e Guerreiro Marcial.

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