domingo, 14 de maio de 2017

O DRAGÃO, A DAMA E O POETA


No ano de 1960 se fez praticamente dois anos que Bruce Lee era residente nos Estados Unidos exercendo por direito sua cidadania norte-americana. Seu desejo cada vez mais latente de aprender e se adaptar aos costumes e cultura da nova terra o levariam a ter experiências frutíferas nos campos das artes marciais e da preparação física; na carreira profissional como professor de Kung Fu e ator; na área intelectual com sua formação em filosofia e; por que não, nas relações amorosas.
Bruce Lee era um “cara boa pinta”, carismático, simpático e inteligente, apesar de soar arrogante e pretensioso às vezes. Assim, ele não tinha muita dificuldade em atrair o sexo oposto.
É comum pensar que Linda Emery (que se tornaria sua esposa em 1964) fosse sua primeira e única namorada nos Estados Unidos, mas não foi bem assim.

Bruce Lee de mãos dadas com Amy Sanbo na cidade de Seattle, Washington
O Dragão enamora-se pela Dama - Quando iniciava o curso de Filosofia no campus da Universidade de Washington, na cidade de Seattle, por volta do mês de março de 1961, Bruce se sentiu atraído por uma jovem de traços orientais e de origem japonesa. O nome da garota era Amy Sanbo.
Ele a perseguia com olhares diretos há algum tempo e ela teria notado que ele sempre procurava se aproximar cada vez mais da mesa onde ela regularmente se reunia com seus colegas. Mas ele ainda não ousava a se aproximar diretamente.
Até que um dia, passando por ela nos corredores, ele agarrou seu braço inesperadamente de forma um pouco rude e disse um “olá”. Segundo depoimento da própria Amy Sanbo, uma nipo-americana jovem e elegante, Bruce talvez estivesse tentando impressioná-la diretamente com uma abordagem mais forte e máscula. De qualquer forma, o jovem desajeitado teve que se dobrar para apanhar os livros de Amy que caíram no chão durante sua desajeitada investida.
Como Amy não levou em consideração o desastre da primeira abordagem, Bruce continuou assediando-a desta vez de modo mais cortês.
Pouco depois do primeiro encontro, Amy que tinha como uma de suas inúmeras atividades estudar e praticar dança clássica, teve um acidente numa sessão de treinamento onde lesionou o dedo do pé direito ao tentar executar um salto característico de ballet ao tocar o solo de forma errada.  Sua recuperação durou semanas e ela não podia se ausentar da Universidade por muito tempo. Quando ela resolveu enfrentar os corredores do campus nos quais se exigia rapidez para o acesso das salas entre uma aula e outra, Bruce se apresentou surpreendentemente para carregá-la pelas íngremes escadas com livros e tudo. E assim foi, até que ela envergonhada, recusasse sua ajuda e resolvesse usar as próprias muletas para se locomover.

Amy Sanbo sempre foi apaixonada pela dança clássica
Mas Amy declarou em entrevista recente que a disposição física de Bruce a teria impressionado na época, ao ponto dela tentar calcular o seu próprio peso junto com os livros e toda extensão daquela enorme escadaria que Bruce percorria com ela nos braços durante aqueles penosos dias.
Eu me pergunto, será que não foi por aí que se iniciou a “famosa” dor crônica nas costas que Bruce sentiria pelo resto de sua vida? Foi só uma piada...
A partir desse episódio, o namoro entre Bruce e Amy se desenvolveria de forma natural e progressiva.
Amy Sanbo declarou anos depois em entrevista que o tempo de namoro foi divertido enquanto durou. O casal tinha por hábito se encontrar para dançar e degustar comida chinesa em restaurantes típicos do bairro chinês de Seattle. Geralmente, saíam no carro de um amigo de Amy chamado Lonny.
Amy observa que durante aqueles anos em Seattle, ela percebeu que Bruce tinha praticamente duas turmas distintas e que não se misturavam. A turma da universidade e a turma das artes marciais.

A jovem nipo-americana, Amy Sanbo
Mas ela destacou a presença de um amigo de Bruce em especial, Taky Kimura, também de origem japonesa. Ela considerava Taky um cavalheiro, de comportamento diferenciado, e avaliou que essa maneira de ser do amigo, fazia com que Bruce tivesse um tratamento diferenciado por ele. Bruce tinha um verdadeiro sentimento de confiança por Kimura, ele não percebia tanta fidelidade em qualquer outro que conhecesse. Amy ainda diria que Bruce era muito desconfiado com as pessoas, sejam homens ou mulheres; e ele somente se abria, se realmente confiasse nelas. Taky Kimura era uma dessas raras figurinhas.

Os jovens Taky Kimura e Bruce Lee

Além de parceiro, Taky Kimura era um amigo fiel e grato à Bruce Lee
Amy Sanbo lembrou-se de um fato interessante durante o seu namoro com Bruce Lee em relação à sua condição física e capacidade de assimilar novidades. Certa vez ela tentou lhe ensinar um movimento de ballet. Seria o “pirouette”, ou pirueta, para testar seu equilíbrio e habilidade. O movimento consiste em sustentar-se nas pontas dos pés na posição vertical e fazer giro de 360 graus apoiado numa só perna e aterrissar suavemente. O movimento não era bem visto ou “adequado” para um artista marcial.
Na primeira tentativa, Bruce fez de forma perfeita e surpreendente para Amy, que exclamou admirada. Mas concluiu depois que Bruce já poderia estar observando-a atentamente durante outras sessões de ballet que ele teria presenciado e certamente já teria estudado alguns destes movimentos, para quem sabe, aproveitar alguma coisa útil na sua prática de artes marciais.
Amy sabia que Bruce foi campeão de cha-cha-cha de Hong Kong, mas lhe apresentou outros ritmos como rhythm & blues (e certamente, twist e rock & roll) para que ele obtivesse mais desenvoltura ou “molejo” nas pistas de dança. Ela descobriu que Bruce absorvia o ritmo naturalmente e conseguia sentir a música como ninguém ao dançar. Essa capacidade de adaptação a um novo ritmo teria impressionado também a Amy Sanbo.

Bruce Lee e o encontro histórico com Theodore Roethke
O Dragão encontra o Poeta – Samy lembra ainda que Bruce Lee costumava escrever poesias. Ele costumava rabiscar pequenos textos rimados, já que era muito reflexivo e poderia ter explorado mais esse outro talento natural.
Em meados de 1960, ocorreu um encontro épico entre dois homens excepcionais na Universidade de Washington, em Seattle. Tudo ocorreu casualmente, Bruce estava ensinando um movimento de Kung Fu a Amy numa sala de aula, mas justamente na hora de entrada do próximo professor, o poeta internacionalmente conhecido, Theodore Roethke.
Roethke imediatamente perguntou o que se passava e o que ele estaria fazendo ali. De forma surpreendente, mas espontânea, Bruce se virou para Roethke se apresentando e passou a lhe ministrar alguns conceitos sobre a mecânica do movimentos e poder do Kung Fu.
Uma versão diz que Roethke teria adentrado na sala e dito: “Eu sou Roethke, o poeta! Você está na minha sala de aula.” O que seria suficiente para qualquer aluno iniciante se afastar curvado. Mas não no caso de Bruce Lee, que se dirigiu até ele com a mão estendida dizendo: “Eu sou ‘sifu’ (mestre, em chinês) Bruce Lee.” Amy recorda querer ter se desmaterializado daquela sala naquele exato e tenso momento, mas quando se deu conta, Bruce estava de pé segurando um giz diante do quadro negro enquanto traçava esquemas sobre a mecânica do Kung Fu para Roethke que estava sentado na primeira fileira. Bruce também desenhou alguns personagens históricos da história do Kung fu (outro talento de Lee, o desenho) no quadro para ilustrar seus argumentos para um Roethke que parecia hipnotizado. Isso aconteceu em 1961, Theodore Roethke morreria precocemente aos 55 anos, dois anos depois. Não se sabe se os dois voltaram a se encontrar informalmente, antes do falecimento do poeta.



Desenhos de autoria de Bruce Lee e possivelmente semelhantes aos que fez para Roethke no quadro negro
Amy ficou admirada ao presenciar o encontro entre o poeta consagrado e o jovem impetuoso professor de Artes Marciais naquele momento histórico ainda hoje desconhecido por muitos. Roethke foi surpreendido pelo carisma, domínio e segurança do jovem aluno que explanava com muita convicção sobre as artes marciais chinesas. A palestra de Lee teria durado pouco mais de meia hora e Amy lembra ter ouvido de vez em quando um “eu entendo” de Roethke.
No dia seguinte, durante uma aula do poeta, Lonny, amigo em comum de Amy e Bruce, disse que Roethke lhe confidenciou que teria conhecido um jovem mestre de artes marciais que lhe pareceu verdadeiramente letal.

Theodore Roethke declamando
Quem foi Theodore Huebner Roethke – O poeta, filho de um imigrante alemão, nasceu em 25 de maio de 1908, em Saginaw, Michigan, EUA. É considerado como um dos mais bem sucedidos e influentes poetas de sua geração. Sua poesia é caracterizada pela introspecção, ritmo e imagens naturais.
Roethke foi agraciado pelo prêmio Pulitzer de Poesia duas vezes, em 1959 por “”Words for the Wind” e por “The Far Field”, em 1965, em prêmio póstumo.
Theodore Roethke foi considerado como “o maior poeta produzido pelos Estados Unidos”
pelo também poeta laureado e autor, James Dickey.
Roethke era um também um professor de poesia altamente considerado, sendo que ensinou na Universidade de Washington por quinze anos. Seus alunos chegaram a ganhar dois prêmios Pulitzer e outros dois chegaram a ser nomeados para concorrer ao mesmo prêmio.
Richard Hugo, indicado duas vezes para o Pulitzer e um dos seus alunos que mais se destacaram afirmou que ele “foi o melhor professor de poesia escrita de todos os tempos.”
Em 1952, Roethke recebeu uma concessão de Fundação Ford para “expandir seus conhecimentos de filosofia e teologia”. Durante um ano Roethke leu e estudou obras exsitenciais de filósofos e teólogos como Sören Kierkegaard, Evelyn Underhill, Meister Eckhart, Paul Tillick, Jacob Boehme e Martin Buber.
Em 1953, casou-se com uma ex-aluna, Beatrice O’Connell. Como muitos outros poetas norte-americanos de sua geração, Roethke era um bebedor contumaz e era suscetível a ataques mentais. Beatrice, inicialmente desconhecia seus problemas depressivos e manias obsessivas, mas nunca o abandonou ou deixou de apoiá-lo na organização e publicações de suas obras.
Em 1961, sua poesia, “The Return”, foi apresentada no álbum (disco vinil) Anthology of Contemporary American Poetry, de George Abbe pela fokways Records.
No ano seguinte, Roethke lançou seu próprio álbum pelo selo Words for the Wind, intitulado Poems of Thedore Roethke.

Lápide do poeta Theodre Roethke
Infelizmente, em 1º de agosto de 1963, aos 55 anos, Theodore Roethke sofre um ataque cardíaco fulminante na piscina de seu amigo, S. Rasnic, em Baindbridge Island, Washington.

Amy Sanbo quando da sua última e rara entrevista
O momento decisivo para Bruce e Amy – Depois de quase três anos de relacionamento, Bruce inesperadamente aborda Amy lhe oferecendo um grande e belo anel com pedra safira na forma de uma cruz  branca. Simplesmente ele disse: “Experimente”. Ela tomou o anel em suas mãos por um instante e ponderou sobre o significado de tudo aquilo. Mas Amy Sanbo decidiu naqueles longos segundos que ainda não estava preparada para um compromisso tão sério e devolveu à Bruce, que certamente não contava com aquela  recusa. Durante o namoro era Bruce que falava mais em casamento, segundo Amy, e ela logo percebeu que ele a queria o tempo todo ao seu lado e que temia que ele pudesse tentar um certo tipo de controle sobre ela com perguntas do tipo: “onde  você está”, “onde você esta indo” ou “com quem você está”, etc. Amy prezava sua liberdade e tinha seus projetos pessoais e não estava pronta para sacrificá-los por ninguém, mesmo por alguém tão especial quanto Bruce Lee.
Amy Sanbo vivia na ilha de Vashon, e não pensou em sair de lá naquela época, a ilha fez parte de sua infância e foi lá que foi criada após ela e sua família serem libertados do Campo de Internamento Forçado de Tule Lake, no norte da Califórnia, que era destinado aos japoneses que viviam nos Estados Unidos. Foi um dura e preventiva medida, baseada na segurança nacional, tomada pelo governo norte-americano após o ataque à base de Pearl Harbor pelos japoneses durante a Segunda Grande Guerra Mundial.

Vista panorâmica da ilha de Vashon tão adorada por Amy Sanbo
Aliás,  o campo de Tule Lake foi um fator que fez com que Amy sentisse um carinho especial pelo fiel amigo de Bruce Lee, hoje um senhor idoso e doente, Taky Kimura. Ele também tinha passado pelo campo de concentração de Tule Lake (Confira na postagem sobre Taky Kimura, neste blog).

Campo de concentração destinada aos imigrantes japoneses de Tule Lake, na Califórnia
Vista aérea do campo de Tule Lake
Amy lembrava na sua última entrevista de como era bonito o sol refletindo na água em Vashon e chegou a imaginar como Bruce Lee poderia reagir a tanta beleza natural ao seu lado, mas não foi o que aconteceu.
Amy durante e após o término do namoro com Bruce Lee continuou concentrada em seus estudos se dedicando ao ballet e trabalhando como cantora profissional. Passou um grupo chamado International Trio onde cantava jazz e canções pop; depois foi vocalista do George Havilant Quintet; e do Bert Garrett Quartet, que se apresentava em clubes na área de Seattle.
Em suma, Amy Sanbo era uma garota de origem asiática bastante independente nos anos de 1960, mas enfatizou:  “eu  gostava muito dele, muito.”

O que seria do relacionamento de Bruce e Amy  se ela aceitasse o anel de compromisso?
Ao se formar na universidade de Washington, Amy se mudaria para New York onde esperava se desenvolver profissionalmente com o ballet. Bruce Lee permaneceu em Seattle para terminar seus estudos e se formou em 1964.
Quando em julho de 1973, soube da trágica e inesperada morte de Bruce Lee, Amy ficou chocada e deprimida por vários dias. Bruce Lee ocupou e certamente ainda ocupa boa parte de suas memórias, ela sabe que ambos tinham muitas coisas em comum e seus  momentos juntos foram muito prazerosos. Suspirando, ela teria dito em entrevista: “Às vezes, eu senti que eu poderia ter estado com ele para sempre. Ele tinha um monte de qualidades que eu admirava, mas quem sabe que seria mais provável que destruíssemos um ao outro?” Ao dizer isso, Amy teria exibido um belo sorriso...

Amy Sanbo, ontem e hoje
Pouco depois do fim do namoro com Amy, Bruce conhece Linda Emery em setembro de 1963. A aluna loira e apaixonada pelo professor de Kung Fu, iria se tornar a futura senhora Lee e mãe de seus filhos Brandon e Shannon. Mas isso já é outra história...


Bruce, Linda e Brandon
Quase dez anos depois de conhecer Amy Sanbo, Bruce, casado com Linda Lee, teria se relacionado com uma atriz em Hong Kong, chamada Betty Ting-Pei, que segundo as más línguas, fazia Bruce relembrar seu primeiro amor nos EUA, Amy.


Bruce Lee e a eterna suspeita, Betty Ting-Pei
Betty não era tão atraente, mas era considerada por Bruce Lee uma moça muito inteligente e com um afinado senso de humor. Entretanto, a mesma ainda hoje é suspeita de ter um envolvimento direto na misteriosa morte do Pequeno Dragão.

Por Eumário J. Teixeira.

4 comentários:

  1. Eumário, excelente matéria, mais uma vez !
    Desejo parabenizá-lo por este excelente blog sobre Bruce Lee. Com certeza, uma das melhores fontes de consulta em língua portuguesa na internet (senão a melhor) sobre o eterno Rei do Kung Fu.
    É sempre um enorme prazer ler seus generosos artigos que tratam dos múltiplos aspectos relacionados à vida deste mito - seja relativamente às suas técnicas marciais, às suas características psicológicas e filosóficas particulares, ou mesmo quando focalizam naqueles personagens que, de um modo ou de outro, estiveram presentes na trajetória de vida de Bruce Lee.
    É uma imensa satisfação ler esses artigos, os quais servem para desmistificar muita coisa e esclarecer outras tantas.

    Acompanhei, desde garoto, muitas outras matérias sobre Bruce Lee, seja em revistas de Artes Marciais que não existem mais, seja em encartes em revistas em quadrinhos da Ebal e da Bloch, ou mesmo em várias revistas denominadas simplesmente "Bruce Lee".
    Nessas publicações, era comum ver quase sempre as mesmas informações, sem nada que realmente diferenciasse o conteúdo. Mas aqui, neste blog, é possível perceber uma qualidade superior, seja a nível de informações propriamente ditas, seja a nível de registro fotográfico, pois muitas das fotos que ilustram as matérias sobre o Pequeno Dragão constituem verdadeiras raridades nunca antes publicadas.
    Por tudo isso, caro Eumário, gostaria de expressar minha gratidão por proporcionar-nos esse rico conteúdo sobre o grande homem que foi Bruce Lee, com todos os defeitos e as qualidades que são comuns à todos os homens de verdade.

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  2. Obrigado pelo comentário elogioso e incentivador, Antonio. É o que sempre digo aos visitantes do blog, a vida de Bruce Lee não precisa de uma versão romântica ou exagerada nos cinemas, o que ele realmente experimentou, viveu e desenvolveu já foi único. E é claro, Bruce era um homem falível, com defeitos e temores, mas acima de tudo era um guerreiro e não se deixava intimidar por pouca coisa. Também curti os quadrinhos da Ebal, revista Kung Fu, principalmente. Continue acompanhando o blog, comentando e divulgue-o, por favor. Abraços e novamente, muito obrigado.

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  3. Muito Bom, mas uma vez me surpreendendo com sua matéria, parabéns pelo seu trabalho.Continue sempre assim trazendo matérias novas pra gente. Eu particularmente amo conhecer mais sobre esse lado do Bruce em relação às mulheres e seus amores.
    Poderia fazer uma mais completa sobre a ting pei, e tbm da nora miao e Maria yi já q havia muito rumores de supostas relação dele com elas.

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  4. Obrigado, amigo. Pena que não se identificou. Sim, Bruce Lee conheceu algumas mulheres antes e durante o seu casamento com Linda Lee. É um assunto delicado, mas não há como negar. Em breve pretendo fazer um resumo dos casos amorosos do Pequeno Dragão. Aguarde!

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