Mesmo após
44 anos de sua morte, Bruce Lee ainda é muito assunto para quem ama e curte as
artes marciais em geral. Os filmes de Kung Fu made in Hong Kong se tornaram
febre mundial no início da década de 1970, apesar de já serem bastante
populares desde a década de 1950. Mas a origem
do mito de Bruce Lee não seu deu no teatro chinês ou nos filmes “made
in” Hong Kong, mas nas ruas.
Antes de
conhecer formalmente as artes marciais chinesas, ou precisamente o Wing
Chun do mestre Ip Man, Bruce Lee teve
sua iniciação nas chamadas “brigas de rua” (munido, às vezes, de correntes e até canivetes) promovidas por
gangs de adolescentes em Hong Kong, que justificavam as contendas em razão de
defenderem seus “territórios” invadidos por gangs rivais ou para simples disputas
sem regras (geralmente nos terraços dos prédios) entre praticantes das diversas
escolas de Kung Fu existentes na então colônia britânica.
O Jovem praticante de Wing Chun testava a efetividade de seu estilo em lutas reais nas ruas e terraços de Hong Kong |
Bruce Lee, um jovem
adolescente de classe média alta não poderia ter motivos para estar envolvido
entre os menos favorecidos rebeldes e ou filhos de membros das máfias de Hong
Kong em seus confrontos pelas ruas, mas era assim que acontecia. Mas enquanto
era expulso de um colégio e ingressava em outro, Bruce Lee já atuava em produções
cinematográficas locais, graças à forte influência e ao bom relacionamento de
seu pai, famoso e respeito ator de Ópera Chinesa, Lee Hoi Chuen.
Mas até
Bruce ser mandado às pressas para os EUA para exercer sua cidadania
norte-americana, onde conheceria uma variedade de artistas marciais
profissionais experientes que o levaria a se tornar também respeitado como um artista
marcial extremamente habilidoso, ao seu retorno à Hong Kong, para se firmar
como um astro internacional de “filmes de Kung Fu”, muita coisa se passou. Sua
imagem de herói invencível nas telas se confundia com o Bruce Lee verdadeiro, de
tal forma que seus fãs e até mesmos os desafetos pareciam cobrar dele na vida real
o mesmo desempenho exibido em seus filmes, ou seja, o ideal da perfeição heroica
e infalibilidade que eles mesmos jamais alcançariam em vida.
Mas ele era realmente
um lutador nato, um verdadeiro artista marcial e mestre de Kung Fu ou tudo não
passava de encenação e um bom marketing? Bruce Lee, já com certo reconhecimento
nos EUA na metade da década de 1960, poderia se gabar de ser um lutador altamente
letal? Há relatos de confrontos reais que atestem a sua fama construída ao
longo de tantos anos?
Inicialmente,
é bom salientar que Bruce Lee desde a sua fase de “rebelde sem causa” na década
de 1950, teria despertado para a necessidade para a luta efetiva e prática nas
ruas de Hong Kong. Ele deve ter experimentado e presenciado muitos jovens
praticantes de estilos clássicos de Kung Fu sendo surrados em brigas de rua por
delinquentes experientes, que lutavam sujo, sem regras, sem escrúpulos e que
não tinham nenhum respeito pelo oponente. Isso deve ter lhe causado enorme
impacto, ao ponto dele não ficar impressionado com os estilos de Kung Fu muitos
vistosos e pouco eficientes para uma luta real, porque ele vivia a realidade do
“vale tudo” já naquela época. Sua opção pelo Wing Chun se deu pela praticidade,
simplicidade e efetividade, apesar de ainda assim ser um estilo limitado, com
todos os outros.
O Jovem Bruce Lee praticando Chi Sao com o lendário Ip Man |
Mas, vem
outra questão, mas se ele era tão bom assim, porque ele não tentou a carreira
como lutador profissional ou boxer, o que era comum entre alguns atores de
filmes de Kung Fu nas décadas de 1970 e 1980, em Hong Kong. Ora, alguns
tentaram, mas se torna impossível ter sucesso satisfatório em ambas as
atividades ao mesmo tempo. Ou se dedica a uma ou a outra. Sem contar com o
retorno financeiro, já que a carreira como ator de cinema sempre compensou muito
mais do que a de lutador profissional, e isso vale até hoje, mesmo considerando
os altos cachês dos lutadores de M.M.A.
Outro
detalhe, Bruce Lee era extremamente criativo. Sua capacidade de criação seria
completamente satisfeita somente no cinema. Seus projetos que não vingaram por
um motivo ou outro em vida, tais como o racismo, preconceito, discriminação,
falta de verba ou mesmo por causa de sua morte precoce, atestaram que sua mente
era uma geradora incessante de novas ideias e roteiros criativos sempre baseados
em temas marciais com cunho filosófico.
Vale lembrar os projetos de “The Warrior’ (O Guerreiro), que adulterado, se tornou a famigerada série “Kung Fu”, na TV; “The Silent Flute” (A Flauta Silenciosa), que se tornou “Círculo de Ferro’ (Iron Circle) numa versão deturpada do script original; o ensaio fotográfico para a Shaw Bros em Hong Kong, que se tornaria um filme de época que alguns dizem erroneamente ser “O Dragão de Jade”, baseado num personagem heroico do folclore chinês; e, certamente, o que seria o seu maior triunfo e que não pôde ser concluído da forma que gostaria por ele ter falecido antes, o enigmático filme O Jogo da Morte (The Game of Death) que superaria o sucesso de Operação Dragão (Enter the Dragon), no meu entender.
Assim, se ele fosse se dedicar apenas à luta profissional, estaria cerceando sua vasta capacidade de criação e, certamente, apesar de estar figurando entre os melhores de sua categoria de peso, algum dia ele seria vencido pelo avanço da própria idade e pela ação implacável do tempo. Fatalmente, seus projetos para divulgação da filosofia do Jeet Kune Do ficariam para trás, pois ele estaria apenas preocupado em se manter em forma e se preparando para o próximo combate ou disputa de título. Considerando também que numa competição oficial, como o M.M.A., Boxe, ou mesmo no chamado Vale-Tudo, as regras existem e limitam a livre atuação do artista marcial e isso era tudo o que ele combatia.
Vale lembrar os projetos de “The Warrior’ (O Guerreiro), que adulterado, se tornou a famigerada série “Kung Fu”, na TV; “The Silent Flute” (A Flauta Silenciosa), que se tornou “Círculo de Ferro’ (Iron Circle) numa versão deturpada do script original; o ensaio fotográfico para a Shaw Bros em Hong Kong, que se tornaria um filme de época que alguns dizem erroneamente ser “O Dragão de Jade”, baseado num personagem heroico do folclore chinês; e, certamente, o que seria o seu maior triunfo e que não pôde ser concluído da forma que gostaria por ele ter falecido antes, o enigmático filme O Jogo da Morte (The Game of Death) que superaria o sucesso de Operação Dragão (Enter the Dragon), no meu entender.
Assim, se ele fosse se dedicar apenas à luta profissional, estaria cerceando sua vasta capacidade de criação e, certamente, apesar de estar figurando entre os melhores de sua categoria de peso, algum dia ele seria vencido pelo avanço da própria idade e pela ação implacável do tempo. Fatalmente, seus projetos para divulgação da filosofia do Jeet Kune Do ficariam para trás, pois ele estaria apenas preocupado em se manter em forma e se preparando para o próximo combate ou disputa de título. Considerando também que numa competição oficial, como o M.M.A., Boxe, ou mesmo no chamado Vale-Tudo, as regras existem e limitam a livre atuação do artista marcial e isso era tudo o que ele combatia.
É fato
também que Bruce Lee confidenciava aos mais íntimos que ele tinha um forte
pressentimento de que não viveria por muito tempo. Uma de seus principais
objetivos era conseguir sua independência financeira como ator e depois
continuar no cinema como produtor e diretor de filmes. A carreira na indústria
cinematográfica é extensa para quem tem talento, e isso Bruce tinha de sobra.
Ele
podia facilmente exercer as funções de ator, coreógrafo, diretor, produtor e
promotor de sua própria obra. Sua capacidade intelectual estava muito acima da
média dos demais atores do gênero e mesmo de Hollywood. Por que então perder
tantas oportunidades se digladiando por dinheiro, tentando provar a cada
confronto ele ou o seu “sistema de luta” era o melhor? Para ele isso não fazia
sentido e não era de forma alguma muito promissor.
Em O Vôo do Dragão (The Way of the Dragon - 1972) Bruce exerceu as funções de promotor, produtor, diretor, escritor, ator e coreógrafo das lutas. |
Sobre sua
capacidade físicas como lutador? Ora, vários faixas-pretas, lutadores
profissionais e campeões de diversos estilos e pesos que treinaram ou fizeram
sparring com Lee (de 1,68-1,70 e 58-62 kg) atestaram sua rapidez, intocabilidade,
movimentação e poder ao desferir seus golpes com os punhos e pés. Podemos citar
Ed Parker (Kempô e Shorin-Ryu Karate), Bob Wall (Tang Soo Doo), Chuck Norris
(Tang Soo Doo), Joe Lewis (Shorin-Ryu Karate), Louis Delgado (Shorin-Ryu Karate),
Mike Stone (Shorin-Ryu Karate), Jim Kelly (Shorin-Ryu karate), Wally Jay (Small
Circle Jiu-Jitsu, Judô, Boxe), Gene LeBell (Judô, Jiu-Jitsu, Wrestling), Hayward
Nishioka (Judô), Jhoon Rhee (Taekwondo), Ji Han Jae (fundador do Hapkidô) e Wong
In Sik (Hapkidô), só para citar alguns.
Os seus contemporâneos de juventude transviada não ficam para trás para ao abonarem as qualidades físicas, poderosa força de vontade e a capacidade de rápida assimilação do Pequeno Dragão, como William Cheung, Wong Shun Leung, Hawkins Cheung e Leung Ting, mestres de Wing Chun; e Vince Lacey e Dave Lacey, mestres de Choy Lay Fut.
E para finalizar a lista interminável de testemunhas, temos algumas celebridades de Hollywood da década de 1960/70, como os atores Van Williams, Steve McQueen, James Coburn, James Garner, James Franciscus e Dean Martin; os roteiristas e escritores Stirling Silliphant e Joe Hyams; os produtores Fred Weintraub e Roman Polanski, e outros mais que também foram seus alunos particulares.
Se todos
esses acima citados, mentiram ou fantasiaram sobre a real capacidade de Lee com
artista marcial, trata-se então do maior embuste mundial já montado para
promover a imagem de uma figura pública.
Bruce Lee tinha proveitosos relacionamentos com os mais diversos artistas marciais, como Gene Lebell, Hayward Nishioka, Chuck Norris, Jhoon Rhee, Ji Han Jae ... |
Não posso deixar
de citar seus principais e respeitados alunos, Dan Inosanto, Taky Kimura, James
Yimm Lee, Jesse Glover, Ted Wong, Daniel Lee, Richard Bustillo, James De Mile, Howard
Williams, Bob Baker, Kareen Abdul Jabbar, Herb Jackson, Ed Hart, Jerry Poteet,
Bob Bremer, dentre outros.
Bruce Lee e seus discípulos mais íntimos, como Jesse Glover, Taky Kimura, James Yimm Lee, Dan Inosanto, Ted Wong e Daniel Lee, acompanharam toda a transição do Wing Chun para o Jun Fan Gung Fu. |
Os seus contemporâneos de juventude transviada não ficam para trás para ao abonarem as qualidades físicas, poderosa força de vontade e a capacidade de rápida assimilação do Pequeno Dragão, como William Cheung, Wong Shun Leung, Hawkins Cheung e Leung Ting, mestres de Wing Chun; e Vince Lacey e Dave Lacey, mestres de Choy Lay Fut.
E para finalizar a lista interminável de testemunhas, temos algumas celebridades de Hollywood da década de 1960/70, como os atores Van Williams, Steve McQueen, James Coburn, James Garner, James Franciscus e Dean Martin; os roteiristas e escritores Stirling Silliphant e Joe Hyams; os produtores Fred Weintraub e Roman Polanski, e outros mais que também foram seus alunos particulares.
Os astros de Hollywood, como James Garner, Steve McQueen, James Coburn, Lee Marvin, Dean Martin, Van Williams e James Franciscus, se renderam ao carisma, energia e habilidades de Bruce Lee... |
...até os mestres consagrados do cinema, como Stirling Silliphant, Joe Hyams, Roman Polanski e Fred Weintraub, foram seus discípulos. |
Acho que
delonguei demais...vamos ao que interessa. Várias lendas em torno de Bruce Lee
surgiram desde a sua morte em 1973 em se tratando das lutas reais que ele teria
experimentado antes e depois da fama. A seguir faço um apanhado de oito lutas que
teriam ocorrido com testemunhas presentes que confirmaram o fato ou que, em
algum caso, deixaram alguma dúvida sobre o que ocorreu realmente na ocasião dos
confrontos. A maioria dessas lutas são as mais citadas nas diversas biografias existentes
do Pequeno Dragão, considerando também que podem ter ocorrido outras mais.
Oito Lutas
Reais de Bruce Lee
01 – Ano:
1958 – Bruce Lee aos 18 anos participou do Campeonato Amador de Boxe entre doze
colégios de Hong Kong. Bruce teria se inscrito dois meses antes da competição e
começado às pressas seu treinamento de boxe. A final do campeonato foi entre
Bruce Lee, representando o San Francisco Xavier College e o britânico Gary Elms,
representando King George V College. Bruce Lee fez uso de técnicas de bloqueio de
Wing Chun para travar os ataques com os punhos do atual campeão, Gary Elms e, para
o ataque, além dos golpes padrões do boxe, se dispôs dos socos (manivela) diretos
em sequência característicos desse estilo peculiar de Kung Fu. Bruce Lee
sagrou-se campeão do torneio para o espanto de todos que esperavam mais um
título seguido do tri-campeão britânico.
02 – Ano: 1959 - Bruce Lee tinha sua gang de rua, chamada por eles mesmos de “Tigers of Junction Street”. Ele e sua gang teriam se envolvido em muitas brigas de rua pelos bairros mal afamados de Hong Kong. Mas, segundo algumas fontes, em 29 de abril de 1959, uma dessas lutas aconteceu num terraço de um prédio de apartamentos onde haviam feito uma quadra esportiva. A luta desta vez não era entre líderes de gangs, mas de dois representantes de duas escolas rivais de Kung Fu em Hong Kong, dos estilos Wing Chun e Choy Lay Fut. O desafio teria partido dos praticantes de Wing Chun. As regras foram acertadas de tal modo que quem fosse empurrado para além da linha branca que delimitava a área de luta, perdia; ou, se fosse nocauteado ou desistisse da luta. O perdedor também poderia ser atirado do terraço. Segundo relatos, Bruce Lee como o representante oficial da escola Wing Chun, estava retirando sua jaqueta para lutar, quando seu oponente praticante de Choy Lay Fut, aproveitou sua distração para lhe atacar com um soco traiçoeiro no olho. Bruce Lee de imediato reagiu de forma furiosa atacando-lhe com uma sequência de socos diretos próprios do estilo Wing Chun, fazendo seu adversário desequilibrar-se com o rosto moído pelos golpes e cair de costas sobre a linha branca. No chão, seu oponente ainda recebeu um par de chutes no olho e na boca, perdendo alguns dentes. Alguns relatos afirmam que o praticante de Choy Lay Fut acabou tendo um braço fraturado. Bruce Lee teria saído apenas com um olho roxo do episódio e teria decidido não jogá-lo de cima do prédio de 5 andares. Os pais do rapaz teriam dado queixa à polícia local. Foi dito também o jovem espancado por Bruce Lee, na verdade, era filho de um membro da máfia Triads. A mãe de Bruce, Grace Lee, foi intimada pela polícia e se viu obrigada a assinar um termo de responsabilidade assegurando a boa conduta de seu filho. Daí a necessidade de Bruce Lee ser praticamente despachado às pressas para os EUA, ainda neste ano, pelo seu pai Lee Hoi Chuen.
Bruce Lee luta para valer e vence o Campeonato Amador de Boxe de Hong Kong, aos 18 anos. |
02 – Ano: 1959 - Bruce Lee tinha sua gang de rua, chamada por eles mesmos de “Tigers of Junction Street”. Ele e sua gang teriam se envolvido em muitas brigas de rua pelos bairros mal afamados de Hong Kong. Mas, segundo algumas fontes, em 29 de abril de 1959, uma dessas lutas aconteceu num terraço de um prédio de apartamentos onde haviam feito uma quadra esportiva. A luta desta vez não era entre líderes de gangs, mas de dois representantes de duas escolas rivais de Kung Fu em Hong Kong, dos estilos Wing Chun e Choy Lay Fut. O desafio teria partido dos praticantes de Wing Chun. As regras foram acertadas de tal modo que quem fosse empurrado para além da linha branca que delimitava a área de luta, perdia; ou, se fosse nocauteado ou desistisse da luta. O perdedor também poderia ser atirado do terraço. Segundo relatos, Bruce Lee como o representante oficial da escola Wing Chun, estava retirando sua jaqueta para lutar, quando seu oponente praticante de Choy Lay Fut, aproveitou sua distração para lhe atacar com um soco traiçoeiro no olho. Bruce Lee de imediato reagiu de forma furiosa atacando-lhe com uma sequência de socos diretos próprios do estilo Wing Chun, fazendo seu adversário desequilibrar-se com o rosto moído pelos golpes e cair de costas sobre a linha branca. No chão, seu oponente ainda recebeu um par de chutes no olho e na boca, perdendo alguns dentes. Alguns relatos afirmam que o praticante de Choy Lay Fut acabou tendo um braço fraturado. Bruce Lee teria saído apenas com um olho roxo do episódio e teria decidido não jogá-lo de cima do prédio de 5 andares. Os pais do rapaz teriam dado queixa à polícia local. Foi dito também o jovem espancado por Bruce Lee, na verdade, era filho de um membro da máfia Triads. A mãe de Bruce, Grace Lee, foi intimada pela polícia e se viu obrigada a assinar um termo de responsabilidade assegurando a boa conduta de seu filho. Daí a necessidade de Bruce Lee ser praticamente despachado às pressas para os EUA, ainda neste ano, pelo seu pai Lee Hoi Chuen.
03 – Ano: 1960 – Bruce Lee tinha chegado há alguns meses em
San Francisco, na Califórnia, e mudou-se pouco tempo depois para, Seattle, no
estado de Washington. Mas já havia feito boas amizades e conseguido seus
primeiros discípulos fiéis. Mas, da mesma forma, já estava criando inimizades e
desafetos por defender seus pontos de vista em relação a uma possível
superioridade das artes marciais chinesas em relação à algumas artes marciais orientais,
como o karate japonês, por exemplo. Na verdade Bruce Lee era muito
autoconfiante, mas pecava pela sua imaturidade e falta de conhecimento em
relação às demais artes marciais existentes impulsionado pela sua vontade de se
sobressair à todo custo na América. Numa dessas palestras em que ele costumava
dar em teatros ou em locais públicos para eventos diversos, Bruce discursava
sobre os estilos internos ou suaves e externos ou duros do Kung Fu.
Enquanto falava, ele foi interrompido e desafiado por um
lutador de Karatê e judô de origem japonesa que se sentia ofendido com suas
colocações sobre a inferioridade do karate japonês; que na verdade, Bruce Lee
praticamente desconhecia, a não ser pelo fato de que sua origem seria do Kung
Fu chinês. Depois de ignorar os desafios e provocações em outras ocasiões,
inclusive no Thomas Edison College, onde dava prosseguimento aos seus estudos,
Bruce irritado, resolveu aceitar o desafio do lutador japonês. O Local da luta
seria numa quadra esportiva do YMCA, um ginásio popular. Bruce Lee teria levado
Jesse Glover (seu primeiro discípulo nos EUA) e Ed Hart, como suas testemunhas.
Os dois oponentes e suas testemunhas foram de ônibus para o ginásio e durante o
percurso, o japonês continuava com as provocações, fazendo Bruce ficar ainda
mais furioso. Ficou acertado entre as partes que a luta teria três assaltos de
2 minutos. O vencedor seria aquele que derrubasse ou atingisse mais vezes seu
oponente, vencendo pelo menos dois dos três assaltos; ou fosse nocauteado; ou
desistisse da luta por alguma razão. Segundo Ed Hart, Bruce Lee adotou a
postura de combate tradicional de Wing Chun com a perna direita à frente e o
punho direito apontando para o nariz do seu adversário. O karateca iniciou sua
postura de luta com o zenkutsu-dachi e em seguida para nekoashi-dachi. O
japonês tomou a iniciativa de ataque com sua perna esquerda à frente desferindo
um rápido chute frontal (mae-geri) em direção aos testículos de Lee, que se
defendeu com o antebraço direito varrendo para fora a perna do karateca quase ao
mesmo tempo em que seu punho esquerdo alcançava em cheio o nariz de seu
oponente, que já tinha lançado em vão um soco com seu punho direito
(guiaku-zuki) que foi bloqueado por uma sequência avassaladora de socos diretos
aplicados por Bruce Lee, cobrindo a linha central do oponente. O karateca
começou a recuar de costas em vão e de encontro à parede à medida em que os
socos de Lee encontravam seu rosto. Ao tentar segurar os braços de Bruce Lee, o
karateca recebeu um soco duplo no peito e no nariz ao mesmo tempo, sendo lançado
ao chão com o rosto desfigurado.
De joelhos
ainda recebeu um chute direto no nariz que fez o sangue do karateca
jorrar no piso da quadra. A luta teria durado 11 segundos apenas, segundo Ed
Hart que era o responsável por cronometrar o tempo dos assaltos. Bruce Lee mais
calmo, teria prometido ao karateca e suas testemunhas que o ocorrido ficaria
apenas entre eles. Mas, de alguma forma, o resultado da luta vazou.
04 – Ano: 1964 – Bruce Lee seguia com suas palestras em locais públicos na Chinatown de San Francisco e Oakland, agora não só desmerecendo o karate esportivo, mas questionando a também a efetividade das artes marciais ortodoxas chinesas, presas às tradições e fora da realidade das ruas com seus movimentos floreados. Isso chegou aos ouvidos de um mestre chinês de Kung Fu estilo Shaolin do Norte e Tai Chi Chuan, chamado T. Y. Wong, que liderava uma associação de artes marciais chinesas tradicionais em San Francisco. Wong designou um jovem praticante de Shaolin do Norte, chamado Wong Jack Man, chegado recentemente de Hong Kong, para desafiar a Bruce Lee para uma luta, com a prerrogativa de fechar seu Instituto Lee Jun Fan Gung Fu em Oakland, caso Bruce Lee perdesse o desafio. Em 1964, Bruce ensinava basicamente o Wing Chun, mas já acrescido de alguns elementos de outros estilos de Kung Fu, judô, boxe e outros estilos de luta (o Jeet Kune Do viria bem depois). O desafio para a luta foi levado até Lee pelo praticante de Tai Chi Chuan, David Chin. Bruce teria observado a Chin na ocasião, que ele teria lhe entregado a sentença de morte de Wong Jack Man. No dia da luta, estavam presentes, segundo as fontes mais confiáveis, James Yimm Lee (parceiro e discípulo de Bruce) e Linda Lee. Por parte de Wong Jack Man, estavam os praticantes de Tai Chi Chuan, David Chin e William Chen.
Bruce Lee e suas duas testemunhas que testemunharam o massacre imposto por Bruce Lee ao karateca, em Seattle. |
O karateca teria tentado atingir os testículos de Bruce com um chute frontal baixo, mas foi bloqueado e sofreu um contra-ataque simultâneo, numa sequência avassaladora de socos diretos. |
04 – Ano: 1964 – Bruce Lee seguia com suas palestras em locais públicos na Chinatown de San Francisco e Oakland, agora não só desmerecendo o karate esportivo, mas questionando a também a efetividade das artes marciais ortodoxas chinesas, presas às tradições e fora da realidade das ruas com seus movimentos floreados. Isso chegou aos ouvidos de um mestre chinês de Kung Fu estilo Shaolin do Norte e Tai Chi Chuan, chamado T. Y. Wong, que liderava uma associação de artes marciais chinesas tradicionais em San Francisco. Wong designou um jovem praticante de Shaolin do Norte, chamado Wong Jack Man, chegado recentemente de Hong Kong, para desafiar a Bruce Lee para uma luta, com a prerrogativa de fechar seu Instituto Lee Jun Fan Gung Fu em Oakland, caso Bruce Lee perdesse o desafio. Em 1964, Bruce ensinava basicamente o Wing Chun, mas já acrescido de alguns elementos de outros estilos de Kung Fu, judô, boxe e outros estilos de luta (o Jeet Kune Do viria bem depois). O desafio para a luta foi levado até Lee pelo praticante de Tai Chi Chuan, David Chin. Bruce teria observado a Chin na ocasião, que ele teria lhe entregado a sentença de morte de Wong Jack Man. No dia da luta, estavam presentes, segundo as fontes mais confiáveis, James Yimm Lee (parceiro e discípulo de Bruce) e Linda Lee. Por parte de Wong Jack Man, estavam os praticantes de Tai Chi Chuan, David Chin e William Chen.
Bruce Lee e sua testemunha principal na luta contra Wong Jack Man: Seu amigo e parceiro de Oakland, James Yimm Lee. Linda Lee, grávida, estaria no local do evento também. |
A sequência que Bruce Lee teria usado contra Wong Jack Man: Estocada de ponta de dedos nos olhos, socos diretos de Wing Chun e pontapés diretos à virilha. |
Bruce Lee em plena forma, na Tailândia, quando das filmagens de O Dragão Chinês (The Big Boss - 1971). |
Na série de TV, The Legend of Bruce Lee, Bruce (Danny Chan) enfrenta o lutador campeão de Muay Thai desafiante (Mark Dacascos). |
Mestre Woody, afirmou que seu tio teria presenciado a luta de Bruce Lee e o ainda desconhecido lutador campeão de Muay Thai. |
A propriedade de mestre Woody serviu de cenário para as filmagens de o Dragão Chinês. |
Lo Wei, diretor de O Dragão Chinês e desafeto de Bruce Lee, nunca teria mencionado o suposto combate entre ele e o lutador de Muay Thai. |
Mas, segundo
rumores, o “figurante” campeão de Muay Thai desconhecia Bruce Lee e só queria
ganhar um dinheiro em cima da situação (contra o badalado ator e lutador de
Kung Fu chinês) apostando que poderia acertá-lo com alguns chutes. Bruce teria
mencionado após o breve confronto que ficou surpreso com a técnica e vigor do
lutador tailandês, considerando-o um competente
e realmente profissional.
Bruce Lee
teria comentado ao discípulo Daniel (Dan) Lee, algum tempo depois, sobre o
estilo de lutar dos boxeadores Thai. Dan afirmou que Bruce não teria mencionado
a luta, mas teria enfatizado sobre os chutes característicos do Muay Thai com
“aquelas canelas destrutivas”, abaixo da linha da cintura que atingem as coxas
do adversário. Bruce explicou a Dan Lee que: “o problema com eles é que eles
são o John L. Sullivam com as pernas, quer dizer, vão para cima sem nenhuma
sutileza! Eu vi na Tailândia em primeira mão, o campeão dos pesos Bantam (pesos
galo, de 53 a 57 kg), ele era um dos dublês...”. “Se eles conseguem entrar e
golpear a parte traseira de sua coxa, isso dói e geralmente é o que eles fazem
para que o adversário desista da luta!”
Bruce Lee
conclui: “Bem, nem todos eles conseguem isso; você sabe, só se pode fazer isso
(chutar com a canela nas coxas) quando seu adversário está parado, mas quando o
oponente está em constante movimento isso não é possível.”
Será que essa troca de técnicas entre Bruce e o campeão de Thai boxing realmente aconteceu, ou é mais uma lenda em torno do mito Bruce Lee? De qualquer forma o suposto confronto foi encenado na série de TV, The Legend of Bruce Lee, com Mark Dacascos fazendo o papel do lutador de Muay Thai e Danny Chang como Bruce Lee. Bruce Venceu, mas a luta foi dura...
06 – Ano: 1971 – Bruce Lee tinha retornado à Hong Kong com sua
família para reiniciar a sua carreira cinematográfica e estrelado com sucesso,
O Dragão Chinês (The Big Boss). Um ator de filmes de kung fu e de Boxe pesos
leves chamado Lau Dai-Chuen, teria emitido um desafio público a Bruce Lee
através dos jornais de Hong Kong.
Segundo alguns depoimentos a luta teria sido acertada entre Bruce Lee e
Lau Dai-Chuen através do Sr. Dang, um conhecido de Bruce Lee, e que exercia as
funções de policial e presidente da Associação de Artes Marciais Chinesas de
Hong Kong. O local da luta seria numa casa particular nos Novos Territórios da
colônia britânica.
Conta-se que quase 20 testemunhas estavam presentes e que
Bruce Lee havia aceito o desafio por diversão. Frente a frente os dois se
posicionaram para a luta. Lau teria tomado a iniciativa usando o boxe que bem
conhecia, partindo para cima de Lee com uma combinação de socos. Bruce Lee
reagiu ao ataque recuando com a guarda alta de forma natural como um boxer
profissional. Lau Dai-Chuen de imediato tentou tirar o equilíbrio de Bruce Lee
varrendo suas pernas com um chute circular baixo padrão dos lutadores de muay
thai, mas Bruce intercepta sua tentativa com um bloqueio com sua perna direita
ao mesmo tempo que a lança com extrema rapidez e potência em chute lateral
direto contra o peito de Lau, que cai por terra se contorcendo em dor. Lau
provavelmente sofreu traumatismo nas costelas devido ao poder do golpe
desferido por Lee. A luta durou alguns poucos segundos. Algumas fontes dizem
que Bruce Lee teria custeado o tratamento de Lau Dai-Chuen e os dois teriam se
reconciliado depois. Lau teria ficado longe dos campeonatos de boxe e dos
filmes de Kung Fu por algum tempo sem dar explicações públicas e se retiraria
definitivamente do cinema e das competições, em 1975. Daniel Lee, aluno do
Instituto Lee Jun Fan Gung Fu, de Los Angeles, teria sabido da luta pelo
próprio Bruce Lee por telefone.
Tony Liu, que participou do filme O Dragão
Chinês (The Big Boss) fazendo o papel do filho do “chefão”, chegou a declarar à
imprensa que a luta não tinha acontecido. O que teria presenciado, na verdade,
foi somente uma provocação de Lau Dai-Chuen a Bruce Lee no restaurante Hon Gung, em Hong Kong. No Local
estavam juntos numa mesa, Bruce Lee, Tony Liu e Lam Ching Ying (dublê de filmes
de Kung Fu e amigo de Lee); Lau Dai-Chuen teria desafiado a Bruce Lee
abertamente para que todos os presentes pudessem ouvir. Bruce Lee o ignorou,
mas Lam Ching Ying tomou as dores e foi até a mesa de Lau propondo a lutar com
ele primeiro. Lau não aceitou e teria saído. Bruce Lee teria permanecido
impassível. Segundo Tony Liu, teria sido uma tentativa de golpe de marketing de
Lau Dai-Chuen tentando alavancar sua carreira em baixa, explorando a fama cada
vez mais crescente de Bruce Lee naquele ano de 1971. Segundo Tony Liu, se Bruce
Lee se levantasse naquela ocasião, ele certamente chutaria Lau Dai-Chuen escada
à baixo.
07 – Ano: 1972 - Herb Jackson, um dos discípulos de Bruce Lee
em Los Angeles, o visitou em sua casa, na 41 Cumberland road em Kowloon, Hong
Kong, no ano de 1972. Com ele estavam Ted Wong (discípulo de Lee) e o mestre de
Taekwondo, Jhoon Rhee.
Equipe de dublês tailandeses que participaram das cenas de lutas em O Dragão Chinês. O desafiante e lutador de Muay Thai estaria entre eles? |
Bruce Lee confidenciaria ao amigo e discípulo Daniel Lee sua forte impressão sobre os fortes chutes com as canelas dados pelos lutadores profissionais de Muay Thai nas coxas de seus adversários. |
Bruce Lee comparou o ímpeto dos lutadores de muay thai ao chutar aos poderosos e contundentes socos diretos do lendário boxeador John L. Sullivan. |
Será que essa troca de técnicas entre Bruce e o campeão de Thai boxing realmente aconteceu, ou é mais uma lenda em torno do mito Bruce Lee? De qualquer forma o suposto confronto foi encenado na série de TV, The Legend of Bruce Lee, com Mark Dacascos fazendo o papel do lutador de Muay Thai e Danny Chang como Bruce Lee. Bruce Venceu, mas a luta foi dura...
O ator e boxeador profissional de Hong Kong teria mesmo lutado com Bruce Lee? |
Bruce Lee teria confirmado a realização da luta por telefone à Daniel Lee. Já Mr, Dang teria sido o responsável pela realização da luta privativa para um grupo seleto de umas 20 pessoas. |
Lau Dai-Chuen em entrevista anos depois da suposta luta, em entrevista para TV em Hong Kong. |
O desafiante teria pulado os muros da casa de Bruce Lee em Kowloon e o desafiado abertamente. Bruce indignado e surpreso com a audácia do jovem punk, não lhe deu a mínima chance. |
Ted Wong, mestre Jhoon Rhee e Herb Jackson em visita à Bruce Lee em Kowloon, pousam no jardim japonês da residência, por ocasião de uma viagem à Hong Kong, em 1972. |
Herb Jackson teria ouvido do próprio Bruce Lee, um relato sobre a invasão de sua casa em Kowloon. Na foto, Jackson está ao lado do dublê Steve Lambert, Jason Scott Lee e Ted Wong. |
08 – Ano: 1973 – Nos últimos ensaios para as cenas de luta que envolviam uns 400 extras (guardas de Han contra os prisioneiros das catacumbas) no set de filmagem de Operação Dragão, podia se observar que algumas “lutas” se tornavam reais, pois estavam ali entre os figurantes, membros de gangs rivais que vinham uma oportunidade única de aparecerem diante das câmaras surrando seus rivais. Entre eles havia alguns mais corajosos que resolviam desafiar justamente a estrela do filme, Bruce Lee. Segundo Bob Wall, ator e faixa-preta de Tang Soo Doo, o mesmo que encarnou o personagem O’Hara em Operação Dragão (Enter the Dragon), um figurante estava gritando em cima de um paredão coisas do tipo: “Você não é um artista marcial de verdade, é apenas um ator”, ou “Bruce Lee! Aahhh, venha! E Vença-me!”. E bradava também contra o Jeet Kune Do. As provocações se deram durante os intervalos de gravações no set de Operação Dragão. Bruce o ignorou inicialmente, mas querendo dar um basta naquilo para aliviar a forte tensão que já existia no set, pediu para o rapaz descer do muro e mostrar o que ele sabia fazer.
Bruce teria perguntado ao rapaz se ele conhecia
o Jeet Kune do, ao que o jovem desafiante respondeu sarcasticamente que ele
conhecia o suficiente e que não fazia a mínima diferença para ele. Bruce Lee
então teria dito que estava então tudo bem e que o rapaz poderia tentar
acerta-lhe um chute. Segundo Bob Wall, o desafiante era um bom lutador, forte,
de boa estatura e rápido. Mas todas as investidas do rapaz contra Bruce Lee não
deram em nada, pois Lee se desviava e saia de seu alcance com facilidade,
parecendo ser intocável. De repente, Bruce acha uma brecha em sua guarda e o
empurra contra a paredão pressionando com seu joelho direito o tórax do
desafiante ao mesmo tempo que imobilizava os braços do figurante com sua mão
esquerda.
Bob Wall teria presenciado a luta e confirmado que apesar da habilidade e força do desafiante, ele não teria sido páreo para Bruce Lee. |
Esses fatos são os mais divulgados nas biografias e artigos
dedicados à Bruce Lee. Se realmente foram totalmente ou parcialmente verídicos,
acho que ninguém saberá, ao certo.